Workstation (estação de trabalho): o que é e tipos

Introdução

Em uma loja física ou online, você se depara com um computador identificado como workstation (estação de trabalho). Mas é estranho. A máquina parece ser um notebook ou um desktop convencional, só que custa mais. Isso faz você se perguntar: o que é uma workstation, então?

É o que eu vou te contar nas próximas linhas. Se preferir, vá direto para um dos tópicos do texto:

- O que é workstation?
- O hardware das estações de trabalho
- Tipos de workstations
- Workstations do tipo gabinete
- Workstations móveis
- Workstations do tipo rack
- Certificados ISV
- Como escolher uma workstation

O que é workstation?

Uma workstation é um computador direcionado a atividades profissionais que, frequentemente, demandam bastante desempenho no processamento de dados. No Brasil, o termo é traduzido para estação de trabalho, embora essa denominação seja usada com menos frequência do que o nome em inglês.

A configuração de hardware desse tipo de máquina varia bastante, mas, não raramente, é bastante generosa em pelo menos três quesitos: capacidade de processamento da CPU, capacidade de processamento da GPU (placa de vídeo) e quantidade de memória RAM.

Workstation Precision 7865
Workstation Precision 7865 (imagem: Dell)

Não é por mero capricho. Estações de trabalho são direcionadas a tarefas exigentes. Estas ficariam lentas ou instáveis em computadores de uso pessoal, como aqueles que usamos para estudo, entretenimento ou trabalhos simples.

Entre essas tarefas estão:

  • desenho industrial;
  • projetos de construção civil;
  • edição de imagens;
  • produção de animações;
  • modelagem 3D;
  • pesquisa científica;
  • simulação física;
  • Big Data;
  • realidade virtual;
  • diagnósticos médicos complexos.

São tantas as áreas que podem ser atendidas por workstations que convém que cada máquina do tipo tenha uma configuração condizente com as suas tarefas.

Por exemplo, na modelagem 3D para criação de cenários de jogos, é importante que a estação de trabalho tenha uma placa de vídeo bastante poderosa; para uma máquina voltada a simulações, pode ser mais interessante ter uma grande quantidade de memória RAM.

O hardware das estações de trabalho

Repare que os exemplos anteriores ressaltam os componentes que devem ser escolhidos de modo mais criterioso. Mas isso não significa que a definição das demais peças não mereça atenção.

Uma combinação de hardware ruim — um processador de entrada com uma placa de vídeo potente, por exemplo — pode causar gargalos importantes no desempenho.

É por isso que estações de trabalho costumam ter configurações avançadas. Muitas vezes, estas lembram as especificações de servidores ou de um computador para jogos (PC gamer).

Como estações de trabalho são destinadas a aplicações profissionais, é relativamente fácil encontrar modelos que são equipados com processadores voltados ao segmento corporativo, a exemplo dos chips Intel Core i7 ou i9 com vPro, e as unidades AMD Ryzen Threadripper.

Também há placas de vídeo para uso profissional que podem ser encontradas em workstations, como as linhas AMD Radeon Pro e Nvidia Quadro RTX.

No quesito memória RAM, os números podem ser impressionantes. Muitas workstations trazem de 16 GB a 64 GB de RAM, mas modelos mais avançados podem ter até 1 TB (sim, terabyte!). Um exemplo é a linha Dell Precision 7865.

Se essas máquinas têm alta capacidade de processamento, elas também devem lidar com grandes volumes de dados, certo? Certíssimo! E faz sentido. Se pensarmos em um computador destinado a edição de vídeo, gravações brutas podem ter dezenas, até centenas de gigabytes.

É por isso que workstations costumam ter bastante capacidade de armazenamento de dados. Muitas vezes, isso é feito por meio da combinação de SSDs com discos rígidos.

A configuração de uma workstation pode incluir ainda componentes robustos (mais resistentes a calor ou impactos), memórias com detecção de erro, tecnologias de conectividade mais avançadas, mecanismos físicos de segurança, entre vários outros recursos.

Tipos de workstations

Assim como no segmento de PCs convencionais, as workstations são oferecidas em dois formatos principais: gabinete (quase sempre no formato "torre") e móveis (notebooks). Existe ainda um terceiro tipo de workstation, este menos comum: em formato rack.

Em todos os casos, o foco em alto desempenho é preservado. As diferenças aparecem em aspectos funcionais.

Workstations do tipo gabinete

Talvez você use um desktop na sua casa ou no trabalho. Esse tipo de PC, com formato clássico, por assim dizer, tem a vantagem de permitir troca de componentes ou expansão de hardware com mais facilidade na comparação com notebooks.

Workstations do tipo gabinete seguem a mesma lógica. Modelos desse tipo podem ser produzidos tanto por empresas focadas nesse nicho quanto por grandes fabricantes, como Dell, Lenovo e HP.

Estação de trabalho ThinkStation P348
Estação de trabalho ThinkStation P348 (imagem: Lenovo)

Além da facilidade de troca ou expansão de componentes, a possibilidade de personalizar a configuração torna estações de trabalho do tipo gabinete muito bem aceitas no mercado.

O tamanho do gabinete é variável. Frequentemente, modelos maiores são a preferência para máquinas que precisam abrigar muitos componentes — como vários HDs — ou sistemas volumosos de refrigeração.

Mas nada impede que uma workstation seja montada em um gabinete compacto. Essa é uma opção interessante para escritórios com pouco espaço físico, por exemplo.

Workstations móveis

Para muitos profissionais, estações de trabalho móveis são mais interessantes. Essas são workstations em formato de laptop (ou notebook). Por poderem ser transportadas com certa facilidade, máquinas do tipo podem ser úteis para designers que viajam muito ou engenheiros que precisam trabalhar a partir do local de uma obra, por exemplo.

Workstations móveis também podem ser configuradas com processadores e chips gráficos poderosos, bem como com quantidades generosas de memória RAM e armazenamento.

Mais não termina aí. Na comparação com notebooks convencionais, workstations móveis costumam trazer mais recursos. Um exemplo: um conjunto maior de portas USB ou duas ou três conexões para vídeo (em vez de só uma), como HDMI e DisplayPort.

Essa categoria também costuma dar uma atenção maior à tela. Não raramente, o painel tem alta resolução (como a resolução 4K), exibem cores com mais precisão e são baseadas em tecnologias como OLED e IPS LCD.

Workstation móvel de 17,6 polegadas ZBook Fury 17 G8
Workstation móvel de 17,6 polegadas ZBook Fury 17 G8 (imagem: HP)

Para profissionais que trabalham com Autocad (projetos em 2D ou 3D) ou Vegas (edição de vídeo), por exemplo, telas grandes são essenciais. É por isso que algumas workstations móveis podem ter telas "gigantes" (para um um notebook), com 16, 17 ou até mais polegadas de tamanho.

Recursos adicionais podem incluir teclas físicas de atalho, touchpads mais amplos, sistemas avançado de áudio e compatibilidade com soluções de realidade virtual.

A maior desvantagem das workstations móveis, provavelmente, é o peso. Muitos modelos do tipo pesam entre 2 kg e 3 kg. Isso é consequência da quantidade maior de componentes, do uso de estruturas mais robustas e da adoção de sistemas de refrigeração potentes, equipados com dissipadores pesados, por exemplo.

Pelas mesmas razões, algumas estações de trabalho móveis também podem ocupar mais espaço físico do que um notebook comum.

Workstations do tipo rack

Workstations do tipo rack costumam ter formato horizontal e podem lembrar switches de rede. A razão disso é que essas máquinas são desenvolvidas para serem instaladas em racks.

Isso pode ser útil em aplicações que dependem de duas ou mais workstations trabalhando em conjunto. Além disso, racks podem acondicionar várias estações de trabalho em um ambiente físico seguro para que cada uma delas seja acessada remotamente, via rede.

Estação de trabalho Precision 7920 tipo rack
Estação de trabalho Precision 7920 tipo rack (imagem: Dell)

Certificados ISV

Oferecer alto desempenho nem sempre é suficiente. Em muitas aplicações, é importante que a workstation seja comprovadamente capaz de lidar com determinados softwares. É aí que os Certificados ISV (Independent Software Vendor — Fornecedor Independente de Software) entram em cena.

Um ISV nada mais é do que uma empresa que desenvolve e vende software. Já um certificado ISV é um documento ou um selo emitido por essa empresa que atesta que determinados softwares são compatíveis com um computador ou com um componente deste, como uma placa de vídeo.

Para emitir o certificado, o ISV testa o equipamento para checar se todos os recursos do software funcionam corretamente nele, se a sua execução é estável, entre outros parâmetros. A empresa também pode trabalhar em conjunto com a fabricante para garantir compatibilidade com determinados softwares na fase de projeto do computador.

Várias companhias emitem certificados ISV. Entre as maiores estão:

  • Adobe: Photoshop, Illustrator, Premiere Pro, Afer Effects, entre outros softwares;
  • Autodesk: Autocad, Maya, 3ds Max, BIM 360, entre outros;
  • Dassault Systèmes: Catia, Simulia, SolidWorks, Delmia, entre outros.

Neste ponto, vale destacar que, de modo geral, workstations são preparadas para rodar sistemas operacionais Windows, mas não é incomum encontrar opções baseadas em distribuições Linux.

Como escolher uma workstation

Via de regra, workstations são computadores caros, por isso, a escolha de um modelo deve ser pensada com cuidado. Esse não é um processo fácil, mas algumas dicas podem ajudar.

Para começar, procure por fornecedores renomados no segmento de estações de trabalho. Vale pesquisar para descobrir se a empresa oferece um bom suporte técnico, se adota as tecnologias mais atuais, se é flexível na configuração dos computadores e por aí vai.

Workstatin Precision 7760
Workstatin Precision 7760 (imagem: Dell)

Depois, analise o que você (ou a sua organização) espera da workstation e tente descobrir qual configuração é mais adequada para as aplicações visadas. Assim, você diminui o risco de comprar uma máquina com menos ou mais recursos do que o necessário.

Nesse sentido, é uma boa ideia recorrer a modelos que tenham hardware de geração atual. Esse fator pode contribuir para que a estação de trabalho funcione com softwares modernos e tenha um tempo de vida útil maior.

Se você tiver que trabalhar com softwares específicos, é uma boa ideia verificar se as workstations consideradas foram certificadas pelos ISVs correspondentes.

Em alguns casos, principalmente quando a compra envolve várias unidades, pode valer a pena contratar um profissional ou uma empresa de consultoria para ajudar na decisão.

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Publicado em em 27_06_2022. Atualizado em em 27_09_2022.

Emerson Alecrim Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001. É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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