2011
19
ago

HP querendo pular fora: será que o PC está mesmo com os dias contados?

HPRecentemente, a HP anunciou a decisão de deixar de investir em aparelhos que rodam a plataforma WebOS, incluindo a linha de tablets TouchPad. Mas, junto a esta notícia, veio a informação de que a empresa está estudando a possibilidade de separar sua divisão de PCs, um jeito sútil de dizer que cogita sair deste mercado. Sendo este um dos segmentos onde a HP é mais conhecida, uma pergunta “dramática” surge no ar: será que o PC está mesmo com os dias contados?

O PC comemorou 30 anos de existência nesta semana, com Mark Dean, um dos principais nomes por trás desse produto, declarando que a “era do PC está chegando ao fim”. Atualmente no posto de chefe de tecnologia da IBM, Dean também deu como acertada a decisão da companhia que representa de vender sua divisão de PCs à chinesa Lenovo, em 2004.

O interessante é que a declaração de Mark Dean não culpa diretamente os dispositivos móveis pela suposto fim dos PCs. Para ele, trata-se mais de uma questão comportamental:

“PCs estão sendo substituídos não por outro tipo de dispositivo – embora haja muito entusiasmo em volta dos smartphones e tablets –, mas por novas ideias que estão em andamento sobre o papel da computação no progresso da humanidade. (…) Está ficando evidente que a inovação não floresce melhor nos dispositivos, mas nas lacunas sociais entre eles, onde as pessoas e as ideias se encontram e interagem”.

Por incrível que pareça, eu acho que é justamente este argumento que pode ser utilizado para dizer que “não, o PC não está com os dias contados”. Posso estar errado, mas o que eu percebo é que, hoje, o número de opções é maior. Com isso, está mais fácil definir qual tipo de tecnologia ou produto é mais apropriado para cada necessidade. Se um tablet é a melhor escolha para determinada aplicação, ótimo, vá em frente! Mas se um PC continua se mostrando mais adequado, por que abandoná-lo?

As vendas de PCs estão caindo, mas isso não quer dizer que esses computadores serão, em breve, peças de museu. A queda acontece – e continuará acontecendo – porque, como eu disse, agora contamos com mais opções. Assim, se uma empresa de PCs quiser continuar continuar “firme e forte”, diversificar os seus produtos pode ser o caminho mais natural para isso.

No caso da HP, a decisão de continuar ou não a atuar no segmento de computadores pessoais tem a mesma motivação que levou à venda da divisão de PCs da IBM para a Lenovo: a sensação de que a empresa terá resultados financeiros melhores se focar seus esforços em serviços. De fato, a divisão de PCs da HP não é das mais lucrativas, apesar de a companhia ser uma das líderes deste mercado.

Se esta sensação tem origem justamente no risco de instabilidade no mercado de PCs, não se sabe ao certo, mas o fato é que a principal concorrente da HP neste segmento não demonstra preocupação: em relação à possível decisão da Hewlett-Packard, ninguém menos que Michael Dell, o chefão da companhia que leva o seu sobrenome, foi irônico no Twitter:

Declarações de Michael Dell no Twitter sobre a HP

“HP… Eles estão chamando de separação, mas está mais para uma divórcio”.

“Se a HP se separar de seu negócio de PCs… Talvez chamarão a Compaq?”.

A menção da Compaq não é mero acaso: a empresa foi comprada pela HP em 2002 por cerca de 25 bilhões de dólares. Depois de gastar tanto dinheiro e subir para o topo do mercado de PCs, vale mesmo a pena se desfazer da divisão? De qualquer forma, parece que a HP não tem sido muito feliz em suas decisões: a recém-abandonada plataforma WebOS parou nas mãos da companhia depois da aquisição da quase falida Palm por 1,2 bilhão de dólares. Valeu a pena? Pois é…

Referências: VentureBeat, seattlepi.com.

Emerson Alecrim

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2011
20
jul

Com Android e Windows 7: Lenovo anuncia linha de tablets

Mundialmente conhecida depois de ter comprado a divisão de PCs da IBM, a chinesa Lenovo deu um passo importante rumo a um segmento onde ainda não tem presença marcante: o mercado móvel. A companhia acaba de anunciar três dispositivos para disputar espaço no promissor segmento de tablets: os modelos ThinkPad, IdeaPad K1 e IdeaPad P1.

ThinkPad

Com tela de 10,1 polegadas e resolução de 1280×800 pixels, o ThinkPad é um modelo repleto de recursos: roda o Android 3.1 (Honeycomb) e é equipado com processador NVIDIA Tegra 2 de 1 GHz (dual core), 1 GB de memória RAM, até 64 GB para armazenamento de dados, câmera frontal (para videoconferência) de 2 megapixels, câmera traseira de 5 megapixels, Wi-Fi, Bluetooth, 3G, leitor de cartões SD, além de portas USB 2.0, microUSB e mini-HDMI. A bateria do dispositivo tem autonomia de 8 horas. Seu peso é de pouco mais de 700 gramas e sua espessura é de quase 14 mm.

ThinkPad – Imagem por Lenovo

ThinkPad – Imagem por Lenovo

A Lenovo também preparou acessórios que tornam o ThinkPad mais interessante, especialmente ao segmento corporativo. O mais chamativo deles é um teclado com suporte que permite ao tablet fazer as vezes de um laptop. O dispositivo tem até TrackPoint, item clássico nos computadores da marca. Há também uma stylus e um dock de recarga de bateria que replica as portas do aparelho.

ThinkPad com teclado – Imagem por Lenovo

ThinkPad com teclado – Imagem por Lenovo

IdeaPad K1

Se o ThinkPad é um modelo mais adequado ao segmento corporativo, o IdeaPad K1 se mostra como a opção mais interessante ao usuário doméstico. Com um design mais “esportivo”, deve agradar em cheio o público jovem.

O dispositivo possui quase as mesmas especificações do modelo anterior: sistema operacional Android 3.1, tela de 10,1 polegadas com resolução de 1280×800 pixels, processador NVIDIA Tegra T20 de 1 GHz, 1 GB de memória RAM, até 64 GB para armazenamento de dados, câmera frontal (para videoconferência) de 2 megapixels, câmera traseira de 5 megapixels, Wi-Fi, Bluetooth, 3G, leitor de cartões microSD, além de portas USB 2.0, microUSB e mini-HDMI.

IdeaPad K1 – Imagem por Lenovo

IdeaPad K1 – Imagem por Lenovo

O IdeaPad K1 é oferecido, inicialmente, nas cores preta e vermelha. Sua bateria tem duração estimada em 10 horas, seu peso é de cerca de 750 gramas e sua espessura é de quase 14 mm.

IdeaPad P1

Este é um modelo que chegará ao mercado posteriormente, por isso, ainda não há muitas informações sobre ele. No entanto, o que se sabe é que o IdeaPad P1 é um tablet bastante parecido com a versão K1, inclusive no visual, tendo como principal diferença o uso do Windows 7 como sistema operacional. É de se esperar que este modelo seja mais caro, não só por causa da licença do Windows, mas também porque, possivelmente, terá hardware um pouco mais sofisticado para aguentar as exigências deste sistema operacional.

IdeaPad P1 – Imagem por Lenovo

IdeaPad P1 – Imagem por Lenovo

Disponibilidade

Nos Estados Unidos, o ThinkPad deverá chegar ao mercado em agosto (2011), com preço estimado em 500 dólares para a versão inicial, com 16 GB, o mesmo valor indicado para a edição mais barata do IdeaPad K1, com 32 GB, único modelo que já está a venda. Ainda não há informação de lançamento no Brasil.

Para se diferenciar no mercado, a Lenovo aposta nos aplicativos. Tanto o ThinkPad quanto o IdeaPad K1 são certificados pela Netflix, serviço de streaming de vídeo bastante conhecido nos Estados Unidos e que deverá chegar ao Brasil em breve. Além disso, ambos os modelos já contam com mais de 20 aplicativos cada, incluindo jogos e ferramentas de produtividade. Mais informações nos seguintes links (em inglês):

Emerson Alecrim

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