2012
19
abr

Dell 12g: servidores que rodam em ambientes com até 45º C

A Dell do Brasil reuniu clientes e parceiros em São Paulo nesta quarta-feira (18/04/2012) para apresentar, oficialmente, a 12º geração (“12g”) de seus servidores PowerEdge. Eu estive por lá para conferir as novidades sem ter grandes expectativas, mas por ter trabalhado por muito tempo em departamentos de TI, confesso que sai do evento um tanto quanto impressionado com as tecnologias empregadas nestes equipamentos.

Uma delas – e talvez a mais interessante – se chama Fresh Air. Servidores com esta tecnologia podem funcionar em ambientes com até 45º C durante algumas horas sem que isso comprometa a sua garantia. Isso significa que, se por algum motivo o sistema de resfriamento do local falhar, não é necessário entrar em pânico pensando que os servidores irão “torrar”.

Isso também significa que o resfriamento pode ser diminuído ou mesmo desativado de 1/3 a 1/2 do dia sem que isso represente problemas para os servidores. Trata-se de uma característica deveras interessante porque uma parte considerável das despesas dos data centers, especialmente no que se refere ao consumo de energia, vem dos sistemas que mantêm a temperatura ambiente.

Servidor Dell PowerEdge R620, um dos “12g”

Servidor Dell PowerEdge R620, um dos “12g”

Neste sentido, vale a pena mencionar o OpenManage Power Center. Feito em conjunto com a Intel, trata-se de um sistema que gerencia e otimiza o consumo de energia do servidor, rack ou do data center como um todo a partir de uma única interface, o que diminui a complexidade da operação.

Outra tecnologia que chamou a minha atenção é o CacheCade. O nome já diz:  trata-se de um sistema de cache. Funciona, basicamente, assim: equipa-se um servidor com HDs e unidades SSD; a partir daí, o sistema faz com que os dados mais requisitados sejam automaticamente colocados nos SSDs; como estes são mais rápidos, o tempo de acesso aos dados se torna expressivamente menor. De acordo com a Dell, o CacheCade pode fazer com que bancos de dados Oracle, por exemplo, tenham consultas até 28 vezes mais rápidas.

Estas e os vários outros recursos que vi por lá mostram como este mercado está cada vez mais aquecido. Empresas de todos os portes estão não só modernizando seus sistemas, mas também usufruindo e oferecendo cada vez mais recursos a partir das nuvens, o que gera uma demanda por servidores que não para de crescer. E é interessante ver como este cenário é bastante expressivo no Brasil.

Para que tiver interesse, é possível saber mais sobre os servidores 12g no site da Dell.

Emerson Alecrim

Comentários desativados em Dell 12g: servidores que rodam em ambientes com até 45º C

2011
30
nov

Dell fala de sua atuação no Brasil em 2011

A Dell apresentou na manhã de hoje (30/11/2011), em São Paulo – SP, novos computadores para atender aos segmentos domésticos e de PMEs (Pequenas e Médias Empresas). Com a proximidade do final do ano, a companhia aproveitou a ocasião para também fazer uma rápida retrospectiva de sua atuação no Brasil durante o ano de 2011.

É interessante prestar atenção nestes detalhes porque eles mostram como o mercado brasileiro tem um ritmo diferenciado atualmente. Enquanto países da Europa geram desconfiança por causa da desaceleração econômica, o Brasil avança como se não tivesse medo de uma crise. Mas somente empresas que entendem bem as particularidades do nosso mercado conseguem tirar proveito disso.

Neste sentido, a Dell está apostando em serviços – e não somente em produtos – para se diferenciar dos concorrentes no Brasil, que está se tornando um mercado cada vez mais importante para suas operações. Um dos programas que a empresa implementou em 2011 é o atendimento gratuito a domicílio para todos os equipamentos que apresentarem defeito durante o período de garantia. Outra novidade é CompleteCare, uma espécie de seguro (pago) que cobre reparos em produtos danificados acidentalmente.

Raymundo Peixoto, diretor geral da Dell Brasil, e Daniel Neiva (ao fundo), diretor de vendas

Raymundo Peixoto, diretor geral da Dell Brasil, e Daniel Neiva (ao fundo), diretor de vendas

Além disso, a companhia, que em um passado não muito distante vendia quase que exclusivamente por internet e telefone, dobrou sua participação no varejo em 2011: atualmente, computadores da Dell já podem ser encontrados em mais de mil lojas em todo o país. Estratégia importantíssima: muitos consumidores gostam de ver o produto na sua frente antes de comprar, sem contar aqueles que preferem retirar o equipamento na hora.

A Dell se mostra confortável em relação ao mercado brasileiro porque, por aqui, desktops e notebooks ainda vendem bem. De acordo com informações da própria, enquanto lares das classes C e D estão tendo o seu primeiro ou o segundo computador, nas classes A e B já é comum cada morador ter a sua própria máquina. Além disso, a estabilidade econômica está fazendo muitas empresas surgirem ou se modernizarem, impactando de maneira bastante positiva as vendas para o segmento corporativo.

É claro que nem tudo são flores. Pelo menos no Brasil, produtos Alienware estiveram com pouca evidência neste ano e a Dell não fez menção de qualquer novidade da linha para 2012 (também, não dá para esperar muita coisa de computadores tão caros…), por exemplo. A empresa também não aparenta estar à vontade com o segmento móvel: a participação da Dell nos mercados de smartphones e tablets é extremamente baixa. Por enquanto, a companhia só está “olhando”. Só espero que, quando decidir reagir, não seja tarde mais.

Imagens dos produtos anunciados hoje

Em tempo: perguntei se a crise no mercado de HDs (causada pelas inundações que paralisaram fábricas na Tailândia) influenciou a produção local da empresa. De acordo com os executivos da Dell, não houve aumento de preços ou atrasos em pedidos por conta deste cenário, já que a companhia possui uma estrutura gigantesca de fornecimento que, pelo menos até agora, tem combatido o problema. De qualquer forma, os executivos esclareceram que a empresa está observando a situação de perto para evitar surpresas.

Emerson Alecrim

1
comentário

2011
19
ago

HP querendo pular fora: será que o PC está mesmo com os dias contados?

HPRecentemente, a HP anunciou a decisão de deixar de investir em aparelhos que rodam a plataforma WebOS, incluindo a linha de tablets TouchPad. Mas, junto a esta notícia, veio a informação de que a empresa está estudando a possibilidade de separar sua divisão de PCs, um jeito sútil de dizer que cogita sair deste mercado. Sendo este um dos segmentos onde a HP é mais conhecida, uma pergunta “dramática” surge no ar: será que o PC está mesmo com os dias contados?

O PC comemorou 30 anos de existência nesta semana, com Mark Dean, um dos principais nomes por trás desse produto, declarando que a “era do PC está chegando ao fim”. Atualmente no posto de chefe de tecnologia da IBM, Dean também deu como acertada a decisão da companhia que representa de vender sua divisão de PCs à chinesa Lenovo, em 2004.

O interessante é que a declaração de Mark Dean não culpa diretamente os dispositivos móveis pela suposto fim dos PCs. Para ele, trata-se mais de uma questão comportamental:

“PCs estão sendo substituídos não por outro tipo de dispositivo – embora haja muito entusiasmo em volta dos smartphones e tablets –, mas por novas ideias que estão em andamento sobre o papel da computação no progresso da humanidade. (…) Está ficando evidente que a inovação não floresce melhor nos dispositivos, mas nas lacunas sociais entre eles, onde as pessoas e as ideias se encontram e interagem”.

Por incrível que pareça, eu acho que é justamente este argumento que pode ser utilizado para dizer que “não, o PC não está com os dias contados”. Posso estar errado, mas o que eu percebo é que, hoje, o número de opções é maior. Com isso, está mais fácil definir qual tipo de tecnologia ou produto é mais apropriado para cada necessidade. Se um tablet é a melhor escolha para determinada aplicação, ótimo, vá em frente! Mas se um PC continua se mostrando mais adequado, por que abandoná-lo?

As vendas de PCs estão caindo, mas isso não quer dizer que esses computadores serão, em breve, peças de museu. A queda acontece – e continuará acontecendo – porque, como eu disse, agora contamos com mais opções. Assim, se uma empresa de PCs quiser continuar continuar “firme e forte”, diversificar os seus produtos pode ser o caminho mais natural para isso.

No caso da HP, a decisão de continuar ou não a atuar no segmento de computadores pessoais tem a mesma motivação que levou à venda da divisão de PCs da IBM para a Lenovo: a sensação de que a empresa terá resultados financeiros melhores se focar seus esforços em serviços. De fato, a divisão de PCs da HP não é das mais lucrativas, apesar de a companhia ser uma das líderes deste mercado.

Se esta sensação tem origem justamente no risco de instabilidade no mercado de PCs, não se sabe ao certo, mas o fato é que a principal concorrente da HP neste segmento não demonstra preocupação: em relação à possível decisão da Hewlett-Packard, ninguém menos que Michael Dell, o chefão da companhia que leva o seu sobrenome, foi irônico no Twitter:

Declarações de Michael Dell no Twitter sobre a HP

“HP… Eles estão chamando de separação, mas está mais para uma divórcio”.

“Se a HP se separar de seu negócio de PCs… Talvez chamarão a Compaq?”.

A menção da Compaq não é mero acaso: a empresa foi comprada pela HP em 2002 por cerca de 25 bilhões de dólares. Depois de gastar tanto dinheiro e subir para o topo do mercado de PCs, vale mesmo a pena se desfazer da divisão? De qualquer forma, parece que a HP não tem sido muito feliz em suas decisões: a recém-abandonada plataforma WebOS parou nas mãos da companhia depois da aquisição da quase falida Palm por 1,2 bilhão de dólares. Valeu a pena? Pois é…

Referências: VentureBeat, seattlepi.com.

Emerson Alecrim

2
comentários