A onda de suicídios que atinge a Foxconn

Parece até roteiro de filme de suspense, mas de ficção a história não tem nada, infelizmente. A Foxconn, empresa chinesa responsável pela fabricação de produtos de diversas companhias, como Dell, HP e Apple, está se deparando com uma onda de suicídios entre seus funcionários. Dez mortes já aconteceram e esse número só não é maior – por enquanto – porque duas tentativas falharam. Todos os mortos eram jovens adultos, com idade entre 18 e 24 anos.

O assunto, naturalmente, está ganhando cada vez mais destaque, o que está forçando as mencionadas companhias a investigar as condições de trabalho dos funcionários da Foxconn. A fabricante conta com mais de 700 mil colaboradores.

Diante dessa situação, Terry Gou, presidente da Foxconn e também um dos homens mais ricos de Taiwan, anunciou uma série de medidas, como contratação de psicólogos, mais intervalos para descanso, opções de recreação, aumento salarial e, acredite, até instalação de redes ao redor dos edifícios da companhia para impedir que mais funcionários pulem dos prédios.

Antes dessas decisões, houve a notícia de que a Foxconn teria contratado “exorcistas” para acabar com o problema. Além disso, a companhia enviou uma carta aos seus funcionários pedindo para que eles se comprometessem a não se suicidar. O fato da morte mais recente ter acontecido na última quarta-feira é prova de que essas ideias não deram muito certo…

Mas é possível que nem as novas iniciativas sejam suficientes. De acordo com sindicatos e especialistas em recursos humanos, essas mortes são resultado de vários fatores, como grande pressão do empregador, condições de trabalho inadequadas, expedientes de longa duração, remuneração baixa e falta de motivação.

No entanto, para Terry Gou, o índice de suicídios em suas fábricas está dentro da média da população geral da China e, em alguns casos, de acordo com o executivo, ficou provado que as mortes ocorreram por motivações pessoais, como dívidas de jogos ou desilusões amorosas.

Autoridades de Shenzhen, cidade onde fica localizada a fábrica da Foxconn que é a origem do problema, também se comprometeram a iniciar uma investigação. Não é por menos: Shenzhen é tida como uma “Silicon Valley” chinesa por concentrar várias empresas de tecnologia, portanto, a situação pode chamar atenção para problemas semelhantes que talvez estejam acontecendo em outras fábricas do local.

Referências: MarketWatch, ELPAÍS.com.





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