O Google pode afetar a sua memória?
Segundo um estudo publicado recentemente na renomada revista Science, pode. Mas não é motivo para pânico ou para pensar duas vezes antes de buscar alguma coisa na internet, não. Digamos apenas que se trata de uma “adaptação” aos novos tempos.
A publicação chama o fenômeno de “efeito Google”. De acordo com Betsy Sparrow, professora da Columbia University e líder do estudo, cada vez mais pessoas estão utilizando a internet como seu “banco de dados pessoal”, ou seja, utilizam seus computadores e as ferramentas disponíveis na Web como uma “memória externa”.
Isso significa que cada vez mais pessoas deixam de memorizar informações porque confiam em sua habilidade para encontrá-las na internet. Se por um lado isso indica que estados deixando de guardar dados, por outro, aponta que estamos melhorando nossa capacidade de procurar informações.
O que chamou a atenção de Betsy Sparrow para esse fenômeno foi a sua própria experiência: a pesquisadora percebeu que consultava constantemente o site IMDb para relembrar nomes de atores. Eu percebi a mesma coisa no final de 2010 e início de 2011, quando fiz um mochilão pela Bolívia e pelo Peru: sem celular e com acesso precário à internet, levei alguns dias para me acostumar com a ideia de que não poderia contar com a Web para buscar informações.
Esse tipo de constatação pode até fazer com que tenhamos algum sentimento de culpa, mas a verdade é que não há motivo para vergonha. Isso só acontece porque a internet como um todo passou a fazer parte de nossas vidas, simples assim. Durante a pesquisa, a própria Sparrow percebeu que os participantes imediatamente pensavam em recorrer ao Google quando não sabiam alguma resposta, tamanha a familiaridade com a ferramenta.
O fato é que o cérebro humano é uma máquina que busca eficiência: Sparrow também constatou que os participantes não gravavam muito bem certas informações quando sabiam que poderiam encontrá-las a qualquer momento em outro lugar – neste caso, a internet. Aqui, o cérebro entende que vale mais a pena saber onde a informação está do efetivamente guardá-la.
Como se vê, não se trata de uma doença ou de ficar menos ou mais inteligente. O assunto só é digno de preocupação para quem está muito dependente do computador, afinal, todo excesso é prejudicial. De qualquer forma, é sempre bom exercitar a mente: nada como leituras, jogos e até mesmo passeios no parque de vez em quando
Referências: Wired, International Business Times.
Emerson Alecrim
Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001.
É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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