Livros, vídeos, internet e outras aplicações para celulares já são rotina no Japão
Uma pessoa entra em um trem, senta no primeiro banco vazio que encontra, pega o seu telefone celular e… Começa a ler uma história?! É, talvez seja uma cena muito incomum aqui no Brasil, mas há tempos que isso acontece no Japão, e não estou falando de um pequeno grupo de pessoas que baixa arquivos em PDF da internet para acessá-los em seus dispositivos móveis, estou falando de milhões e mais milhões de japoneses que leêm obras especialmente preparadas para telefones celulares.
Uma das mais famosas dessas literaturas se chama Koizora (algo como “céu de amor”) e, para ser sincero, não é o tipo de leitura que me agradaria: é um conto romântico que envolve adolescentes e tal. É um tipo de literatura popular, e faz muito sucesso no Japão, tanto é que já foi lida por 25 milhões de pessoas, virou mangá e até filme.
Koizora, no entanto, é apenas um pequeno exemplo do que os japoneses entendem de aplicação para telefone celular. Além de ler livros, boa parte dos japoneses usa o seu aparelho para acessar a internet, jogar, tirar fotos, aprender idiomas, escutar música, acompanhar notícias e, claro, falar com outras pessoas.
Bom, aí você me diz: “mas o meu celular também é capaz de fazer tudo isso”. E eu não duvido. O problema é que, ao contrário do Japão, o Brasil (e vários outros países, para dizer a verdade) não conta com uma estrutura que faça com que tenhamos o telefone celular como um verdadeiro meio de entretenimento e informação. Lá, os abundantes investimentos em tecnologia e a economia favorável (mesmo em época de crise) permite a qualquer indivíduo ganhar dinheiro fazendo vídeos, sites e até contos melosos específicos para celular. Por aqui, a única coisa que atinge as massas e dá algum retorno financeiro expressivo são os ringtones. Com sorte, alguns joguinhos também.
Será que um dia a gente chega lá? Acredito que sim, mas no que depender da boa vontade do governo brasileiro e das nossas ilustres operadoras de telefonia celular, teremos um longo, penoso e cansativo caminho pela frente…
Referências: El País, The New York Times. Imagem: Mobile Mentalism.
Emerson Alecrim
Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001.
É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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