Meu celular caiu na água! E agora, o que fazer?

Emerson, estou desesperada! Ao tentar tirar uma foto com uns amigos na beira da piscina, deixei meu iPhone cair na água. Eu o desliguei na hora, mas estou com medo de religá-lo e o aparelho não funcionar mais. O que fazer?

Amanda F. de Souza, Fortaleza – CE.

Amanda, deixar o celular cair na piscina, derrubá-lo no vaso sanitário (eca!) ou esquecê-lo no bolso da bermuda ao entrar no mar são ocorrências bastante comuns. Já aconteceu comigo, inclusive, então eu sei bem como é a aflição de situações como esta. Mas, felizmente, é possível recuperar o telefone na maioria das vezes que estes acidentes acontecem.

Smartphone e gostas - imagem ilustrativa

É comum que o aparelho volte ao funcionamento normal depois de totalmente seco – internamente, é claro. Então, esta deve ser a principal providência. Para facilitar o processo, é recomendável retirar, com cuidado, a tampa traseira e, em seguida, a bateria do celular. Não sendo possível fazê-lo (como é o caso do iPhone), deve-se desligar o dispositivo pelas vias normais imediatamente, como você o fez.

É importante também remover o cartão de memória e o SIM card (o “chip” do celular) o quanto antes, assim como qualquer acessório.

Em seguida, deve-se deixar o celular secar em um ambiente o mais livre possível de umidade, ou seja, nada de repousá-lo na pia do banheiro ou na cozinha, por exemplo.

Com um auxílio de uma toalha, de um guardanapo de papel ou de qualquer tecido que absorva bem a água (exceto algodão, pois este material pode liberar pequenos fragmentos), você pode tentar secar os pontos que estiverem visivelmente molhados. Não se deve esquecer, é claro, de fazer o mesmo com a bateria e os cartões.

O tempo de secagem varia conforme o nível de umidade do celular e as condições ambientais, mas geralmente não é menor que 24 horas. Para acelerar o processo, muita gente recorre a um secador de cabelo ou deixa o dispositivo exposto ao sol, mas estas podem não ser  boas ideias, dada a possibilidade de o calor derreter algum componente.

Se quiser arriscar o secador, ao menos se limite à função de ventilação fria ou morna, mantendo uma distância de pelo menos 10 centímetros do celular. Aspirador de pó também pode ser uma saída, mas a sucção é capaz de danificar os frágeis componentes do celular, por isso, prefira os modelos portáteis e que não são muito fortes.

Uma técnica bastante difundida é a de deixar o aparelho dentro de um recipiente ou saco plástico com arroz cru e fechá-lo. Estes grãos são mesmo capazes de facilitar a eliminação de umidade do dispositivo, por outro lado, podem deixar um pó que causa danos aos componentes do celular, por isso, a ideia deve ser vista com ressalvas.

Smartphone no arroz

Um substituto ideal para o arroz são aqueles saquinhos de sílica que encontramos nas embalagens de produtos eletrônicos recém-adquiridos, mas é necessário usar uma quantidade relativamente grande deste material.

O importante é ligar o celular somente depois de totalmente seco. É difícil se certificar disso sem abrí-lo, daí a necessidade de paciência – eu não o faria antes de aguardar, *pelo menos*, 48 horas. Você também pode procurar por sinais que indicam que o dispositivo ainda está molhado, como condensação na tela ou em algum conector, por exemplo.

Se encontrar qualquer indicativo de umidade, espere, não há outra saída. Enquanto isso, você pode utilizar o SIM card em um smartphone reserva, por exemplo.

Quando tiver certeza de que o celular está totalmente seco internamente, você pode ligá-lo. Antes disso, deixe a bateria carregando por uns 20 ou 30 minutos. Tire-o da tomada após este período e tente ligá-lo. As chances são grandes de que o dispositivo volte a funcionar normalmente.

Você é usuária de iPhone e, nesta linha, há uma particularidade: a Apple inseriu nestes aparelhos sensores que indicam a entrada de líquidos na parte interna. Quando isso ocorre, o indicador assume a cor vermelha, como mostram as ilustrações abaixo (há mais detalhes nesta página de suporte da Apple):

Sensor de líquido do iPhone

Lembre-se: é importantíssimo não tentar ligar o aparelho sem antes ter certeza de que não resta mais água dentro dele, pois a eletricidade pode reagir com a umidade e causar algum dano.

O que fazer se o celular cair na água do mar (salgada)?

Esta é uma situação bastante crítica, pois a água salgada pode corroer rapidamente algum componente do aparelho. A primeira coisa que você deve fazer é desligá-lo o quanto antes e, se possível, remover a bateria, além dos cartões.

Depois, você deve “radicalizar”: mergulhe e lave bem o aparelho em água “doce”, preferencialmente corrente, para tentar eliminar o máximo possível de vestígios de sal. Pode parecer uma medida extrema, mas como o aparelho já está molhado, você aumenta as chances de recuperá-lo se conseguir remover primeiramente as substâncias mais prejudiciais.

Depois de lavar bem o celular, você pode deixá-lo secar por alguns dias, tal como orienta o tópico anterior. Mas, este é um procedimento que deve ser feito quando não houver alternativa. O ideal mesmo, em caso de imersão em água do mar ou em qualquer substância com potencial maior de dano, é levar o dispositivo o quanto antes a uma assistência técnica especializada, que utilizará ferramentas e materiais especiais – como álcool isopropílico – para remover a umidade e, claro, os resíduos de sal.

Esperei o celular secar, mas ele não ligou. E agora?

Se o celular estiver totalmente seco por dentro e houver carga suficiente na bateria, o aparelho deverá funcionar normalmente. Se isso não acontecer, pode ainda haver umidade ou, infelizmente, algum tipo de dano.

Mas, mesmo nesta última situação, há chances de recuperação do aparelho se você o levar a uma assistência técnica especializada. Muitas vezes, o dano que impede o seu funcionamento é simples, como uma oxidação de um contato ou um componente que se soltou em virtude da entrada de água.

É claro que você terá que pagar por este procedimento, mas o preço pode compensar mais do que simplesmente adquirir um dispositivo novo.

Emerson Alecrim Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001. É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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