Malwares: o que são e como agem

Introdução

Vírus de computador são pequenos softwares capazes de causar grandes transtornos a indivíduos, empresas e outras instituições, afinal, podem apagar dados, capturar informações, alterar ou impedir o funcionamento do sistema operacional, por exemplo. Como se não bastasse, há ainda outros softwares parecidos, como cavalos de troia, worms, hijackers, spywares e ransomwares. Neste texto, você saberá como agem essas "pragas digitais" e conhecerá as diferenças básicas entre elas.


Antes, o que é um malware?

É comum pessoas chamarem de vírus todo e qualquer software com fins maliciosos. Mas, tal como indica o primeiro parágrafo do texto, há vários tipos de "pragas digitais", sendo os vírus apenas uma categoria delas.

Atualmente, usa-se um termo mais aquedado para generalizar esses programas: a denominação malware, uma combinação das palavras malicious e software que significa "programa malicioso". Portanto, malware nada mais é do que um nome criado para quando necessitamos fazer alusão a um software malicioso, seja ele um vírus, um worm, um spyware, etc.

É importante frisar que a palavra "computador" é utilizada aqui da maneira mais ampla, considerando os vários tipos de dispositivos computacionais que existem: desktops, servidores, smartphones, tablets e assim por diante.

É válido destacar também que os malwares não se limitam a uma única plataforma. Há quem pense, por exemplo, que só há pragas digitais para Windows, mas isso não é verdade. O que acontece é que a família de sistemas operacionais da Microsoft é muito popular e, portanto, mais visada.

Como não existe software 100% seguro, malwares também podem ser desenvolvidos para atacar outras plataformas (Android, Linux, iOS, OS X, etc.), afinal, sempre há alguém disposto a descobrir e explorar as deficiências de cada uma.


O que é vírus de computador?

Imagem ilustrativa de vírus Como você já sabe, um vírus é um programa com fins maliciosos, capaz de causar transtornos com os mais diversos tipos de ações: há vírus que apagam ou alteram arquivos dos usuários, que prejudicam o funcionamento do sistema operacional danificando ou alterando suas funcionalidades, que causam excesso de tráfego em redes e assim por diante.

Os vírus, tal como qualquer outro tipo de malware, podem ser criados de várias formas. Os primeiros foram desenvolvidos em linguagens de programação como C e Assembly. Hoje, é possível encontrar inclusive ferramentas que auxiliam na sua criação.


Como os vírus agem?

Os vírus recebem esse nome porque possuem características de propagação que lembram os vírus reais, isto é, biológicos: quando um vírus contamina um computador, além de executar a ação para o qual foi programado, tenta também se espalhar para outras máquinas, tal como fazem os vírus biológicos nos organismos que invadem.

Antigamente, os vírus tinham um raio de ação muito limitado: se propagavam, por exemplo, toda vez que um disquete contaminado era lido no computador. Com o surgimento da internet, no entanto, essa situação mudou drasticamente — para pior.

Isso acontece porque, com a internet, os vírus podem se espalhar de maneira muito mais rápida e contaminar um número muito mais expressivo de computadores. Para isso, esses invasores podem explorar vários meios, entre eles:

  • Falhas de segurança (bugs): sistemas operacionais e outros programas não são softwares perfeitos e podem conter falhas. Estas, quando descobertas por pessoas com fins maliciosos, podem ser exploradas por vírus, permitindo a contaminação do sistema, muitas vezes sem o usuário perceber;
  • E-mails: essa é uma das práticas mais exploradas. O usuário recebe mensagens que tentam convencê-lo a executar um arquivo anexado ou presente em um link. Se o usuário o fizer sem perceber que está sendo enganado, certamente terá seu computador contaminado;
  • Downloads: o usuário pode baixar um arquivo de determinado site sem perceber que este pode estar infectado;
  • Redes sociais e mensagens instantâneas: links para vírus também podem chegar via serviços como Facebook, Twitter, WhatsApp e Skype.

Os vírus também podem se propagar a partir de uma combinação de meios. Por exemplo, uma pessoa em um escritório pode executar o anexo de um e-mail e, com isso, contaminar o seu computador. Em seguida, este mesmo vírus pode tentar explorar falhas de segurança de outros computadores da rede para infectá-los.


Outros tipos de malwares

Como você já sabe, os vírus não são os únicos malwares que existem. A definição do que a praga é ou não é depende, essencialmente, de suas ações e formas de propagação. Eis os tipos mais comuns:

Cavalo de troia (trojan)

Cavalos de troia (ou trojans) são um tipo de malware que possibilita uma maneira de acesso remoto ao computador após a infecção, como se fosse um bandido que invade o lugar e abre caminho para que seus comparsas apareçam, fazendo uma comparação grosseira. Esse tipo de praga pode ter outras funcionalidades, como capturar dados do usuário para transmití-los a outra máquina.

Para conseguir ingressar no computador, o cavalo de troia geralmente se passa por outro programa ou arquivo. O usuário pode, por exemplo, fazer um download pensando se tratar de uma ferramenta para um determinado fim quando, na verdade, se trata de um trojan.

Esse tipo de malware não é desenvolvido para se replicar. Quando isso acontece, geralmente trata-se de uma ação conjunta com um vírus.

Worm (verme)

Os worms (ou vermes, nome pouco usado) podem ser interpretados como um tipo de vírus mais inteligente que os demais. A principal diferença está na forma de propagação: os worms podem se esplhar rapidamente para outros computadores — seja pela internet, seja por meio de uma rede local — de maneira automática.

Explica-se: para agir, o vírus precisa contar com o "apoio" do usuário. Isso ocorre, por exemplo, quando uma pessoa baixa um anexo contaminado de um e-mail e o executa. Os worms, por sua vez, podem infectar o computador de maneira totalmente discreta, explorando falhas em aplicativos ou no próprio sistema operacional. É claro que um worm também pode contar com a ação de um usuário para se propagar, pois geralmente esse tipo de malware é criado para contaminar o máximo de computadores possível, fazendo qualquer meio que permita isso ser aceitável.

Spyware

Spywares são programas que "espionam" as atividades dos usuários ou capturam informações sobre eles. Para contaminar um computador, os spywares geralmente são "embutidos" em softwares de procedência duvidosa, quase sempre oferecidos como freeware ou shareware (nomes pouco usados atualmente).

Os dados capturados são posteriormente transmitidos pela internet. Essas informações podem conter desde hábitos de navegação do usuário até senhas.

Keylogger

Keyloggers são pequenos aplicativos que podem vir embutidos em vírus, spywares ou softwares de procedência duvidosa. Sua função é a de capturar tudo o que é digitado pelo usuário. É uma das formas utilizadas para a captura de senhas.

Hijacker

Hijackers são programas ou scripts que "sequestram" navegadores de internet. As principais vítimas eram as versões mais antigas do Internet Explorer. Um hijacker pode, por exemplo, alterar a página inicial do browser e impedir o usuário de mudá-la, exibir anúncios em janelas novas, instalar barras de ferramentas e bloquear o acesso a determinados sites (páginas de empresas de antivírus, por exemplo).

Felizmente, os navegadores atuais contam com mais recursos de segurança, limitando consideravelmente a ação desse tipo de praga digital.

Rootkit

Esse é um dos tipos de malwares mais perigosos. Podem ser utilizados para várias finalidades, como capturar dados do usuário. Até aí, nenhuma novidade. O que torna os rootkits tão ameaçadores é a capacidade que possuem para dificultar a sua detecção por antivírus ou outros softwares de segurança. Em outras palavras, os rootkits conseguem se "camuflar" no sistema. Para isso, desenvolvedores de rootkits podem fazer uso de várias técnicas avançadas, como infiltrar o malware em processos ativos na memória.

Além de difícil detecção, os rootkits também são de difícil remoção. Felizmente, sua complexidade de desenvolvimento faz esses invasores não serem numerosos.

Ransomware

Ransomware é um tipo de malware com uma "proposta" mais ousada: uma vez ativa, a praga pode bloquear ou limitar o acesso a arquivos, pastas, aplicativos, unidades de armazenamento inteiras ou até mesmo impedir o uso do sistema operacional. Para liberar esses recursos, o ransomware costuma mostrar mensagens exigindo pagamentos. É como se o computador tivesse sido sequestrado.

Para convencer o usuário a desembolsar o valor exigido, a mensagem pode conter ameaças ou chantagens, dizendo, por exemplo, que dados importantes serão apagados ou que imagens particulares da pessoa serão publicadas na internet caso o pagamento não seja efetuado.

Nos últimos meses, empresas de segurança têm detectado um número muito grande de ransomwares. Dá para dizer que esse tipo de malware está na "moda". Saiba mais sobre o assunto no seguinte texto: O que é ransomware?

Jigsaw
Ransomware Jigsaw


Alguns dos malwares mais conhecidos

Atualmente, práticas de segurança rigorosas e recursos de proteção mais eficientes estão limitando consideravelmente as atividades dos malwares, embora este seja um problema longe de um fim. Em um passado não muito distante, algumas dessas pragas se destacaram tanto que "entraram para a história". Eis algumas delas:

  • Jerusalem (Sexta-feira 13): lançado em 1987, o vírus Jerusalem (apelido "Sexta-Feira 13") era do tipo time bomb, ou seja, programado para agir em determinada data, neste caso, em toda sexta-feira 13, como o apelido indica. Infectava arquivos com extensão .exe, .com, .bin e outros, prejudicando o funcionamento do sistema operacional;
  • Melissa: criado em 1999, o vírus Melissa era um script de macro para o Microsoft Word. Foi um dos primeiros a se propagar por e-mail: ao contaminar o computador, mandava mensagens infectadas para os 50 primeiros endereços da lista de contatos do usuário. O malware causou prejuízos a empresas e outras instituições pelo tráfego excessivo gerado em suas redes;
  • ILOVEYOU: trata-se de um worm que surgiu no ano 2000. Sua propagação se dava principalmente por e-mail, utilizando como título uma expressão simples, mas capaz de causar grande impacto nas pessoas: "ILOVEYOU" (eu te amo), o que acabou originando o seu nome. A praga era capaz de criar várias cópias suas no computador, sobrescrever arquivos, entre outras atividades;
  • Code Red: worm que surgiu em 2001 e que se espalhava explorando uma falha de segurança nos sistemas operacionais Windows NT e Windows 2000. O malware deixava o computador lento e, no caso do Windows 2000, chegava inclusive a deixar o sistema inutilizável;
  • MyDoom: lançado em 2004, esse worm utilizava os computadores infectados como "escravos" para ataques DDoS. Se espalhava principalmente por ferramentas de troca de arquivos (P2P) e e-mails. Neste último meio, além de buscar endereços nos computadores contaminados, procurava-os também em sites de busca.

Falsos antivírus

Não é novidade para ninguém que o meio mais utilizado como proteção contra vírus e outros malwares são os antivírus. Cientes disso, "delinquentes virtuais" passaram a explorar essa característica a seu favor: criaram falsos antivírus.

A propagação desse tipo de software é feita de várias maneiras. Nas mais comuns, sites de conteúdo duvidoso exibem propagandas que se passam por alertas de segurança. Se o usuário clicar na mensagem, será convidado a baixar um programa ou acessar uma página que supostamente faz varreduras em seu computador.

A suposta ferramenta, que inclusive costuma ter interface que lembra os antivírus mais conhecidos do mercado, simula uma varredura que aponta a existência de um ou mais malwares no computador e se oferece para limpar o sistema mediante pagamento. Mas tudo não passa de simulação.

A dica mais recomendada, neste caso, é a de utilizar sempre antivírus de empresas de segurança reconhecidas. Você encontra uma lista desses programas no tópico a seguir.

Antivírus

O mercado conta com antivírus pagos e gratuitos (estes, geralmente com menos recursos). Alguns programas, na verdade, consistem em pacotes de segurança, já que incluem firewall e outras ferramentas que complementam a proteção oferecida pelo antivírus. Eis uma lista com as soluções mais conhecidas:

  • AVG: mais conhecido por suas versões gratuitas, mas também possui edições paga com mais recursos. A AVG foi comprada pela Avast em 2016 — www.avg.com;
  • Avast: conta com versões pagas e gratuitas — www.avast.com;
  • Windows Defender: antes chamado de Microsoft Security Essentials, é o antivírus padrão das versões mais recentes do Windows;
  • Norton: popular antivírus da Symantec. Possui versões de testes, mas não gratuitas — www.norton.com;
  • Panda: possui versões pagas e de testes. Oferece opções gratuitas para usuários domésticos — www.pandasecurity.com;
  • Kaspersky: disponibiliza ferramentas gratuitas, mas os recursos mais completos estão nas versões pagas — www.kaspersky.com;
  • Avira: mais conhecido por suas versões gratuitas, mas também possui antivírus pago com mais recursos — www.avira.com;
  • ESET: possui versões de testes, mas não gratuitas — www.eset.com;
  • McAfee: uma das soluções mais tradicionais do mercado, o McAfee passou para as mãos da Intel em 2010 e virou Intel Security em 2014. No final de 2016, a empresa voltou a se chamar McAfee, com a Intel passando a "dividí-la" com a empresa de investimentos TGP — www.mcafee.com;
  • F-Secure: pouco conhecido no Brasil, mas bastante utilizado em outros países. Possui versões de testes e ferramentas gratuitas — www.f-secure.com;
  • Bitdefender: conta com versões pagas e gratuitas. Tem ferramenta de varredura on-line — www.bitdefender.com.

Microsoft Security Essentials
Windows Defender

Vale ressaltar que essa lista foi elaborada com base em soluções oferecidas para os sistemas operacionais Windows, no entanto, praticamente todas os desenvolvedores dos softwares mencionados oferecem soluções para outras plataformas, inclusive móveis.


Dicas de proteção

Muita gente pensa que basta ter um antivírus no computador para estar livre de malwares. De fato, esse tipo de software cumpre um papel muito importante, mas nem mesmo a melhor solução consegue ser 100% eficaz. A arma mais poderosa, portanto, é a prevenção. Eis algumas dicas simples, mas essenciais para isso:

  • Aplique as atualizações do sistema operacional e sempre use versões mais recentes dos softwares instalados nele;
  • Tome cuidado com anexos e link em e-mails, mensagens instantâneas e redes sociais, mesmo quando a mensagem vier de pessoas conhecidas;
  • Antes de baixar programas desconhecidos, busque mais informações sobre ele em mecanismos de buscas ou em sites especializados em downloads;
  • Tome cuidado com os sites que visita. É muito comum, por exemplo, a propagação de malwares em páginas de conteúdo adulto;
  • Ao instalar um antivírus, certifique-se de que este é atualizado regularmente, do contrário, o programa não será capaz de identificar novos vírus ou variações de pragas já existentes;
  • Faça uma varredura com o antivírus periodicamente no computador todo. Também utilize a ferramenta para verificar arquivos baixados;
  • Vírus também podem ser espalhar por cartões SD, pendrives e aparelhos semelhantes, portanto, sempre verifique o conteúdo dos dispositivos removíveis e, se possível, não utilize-os em computadores públicos (faculdade, escola, lan house, etc).

Confira outras dicas de segurança aqui.


Finalizando

Antes de encerrarmos este artigo, é conveniente desmentirmos uma crença: a de que vírus e afins podem danificar o hardware do computador. Malwares são softwares, portanto, não podem queimar ou fazer um componente explodir, por exemplo.

O que pode acontecer é de uma praga conseguir danificar o firmware de algum dispositivo, isto é, o software que o faz funcionar. Mas esse é um procedimento bastante complexo e, consequentemente, muito difícil de ocorrer.

É importante esclarecer também que o simples ato de baixar um vírus não contamina imediatamente o computador. É necessário que alguma ação (como um clique do usuário) o faça entrar em funcionamento.

Veja também:

Publicado em 11_07_2011. Atualizado em 04_01_2017.

Emerson Alecrim Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001. É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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