Crise na RIM: saem dois copresidentes, entra um
No meio do fogo cruzado entre as principais plataformas móveis do mercado, A Research In Motion (RIM) tenta desesperadamente manter a linha BlackBerry na brincadeira, mas não consegue: cada vez mais a empresa perde espaço para aparelhos Android e iOS (Apple). A pressão é tanta que Mike Lazaridis e Jim Balsillie entregaram os cargos de copresidentes da companhia.
Lazaridis ajudou a fundar a RIM, em 1984. Ao lado de Balsillie, teve papel importante nos trabalhos que levaram a empresa a ser reconhecida no mercado, especialmente no segmento corporativo. No entanto, a dupla não conseguiu fazer com que a RIM mantivesse a sua hegemonia frente às plataformas concorrentes.
Embora neguem a pressão, o fato é que a saída de Lazaridis e Balsillie era esperada por investidores, especialmente por aqueles que enxergam a venda da RIM como uma solução para a sua crise. O problema é que a nova direção parece não estar considerando esta hipótese.
A RIM escolheu o alemão Thorsten Heins para substituir a dupla. Na RIM desde 2007, tendo antes sido diretor de tecnologia da Siemens AG, o executivo deixou claro que não pretende tomar nenhuma decisão agressiva, apesar de estar disposto a analisar propostas de compras.
Thorsten Heins assume o comando – Imagem por RIM
O fato é que esta troca parece não ser muito significado. Os planos de Heins incluem a execução das estratégias de recuperação criadas por Lazaridis e Balsillie, especialmente o lançamento de um novo tablet PlayBook (com o primeiro, a RIM só faltou pagar para que os consumidores o levassem) e uma nova versão da plataforma BlackBerry.
Não que estas sejam ações indesejadas, mas a RIM precisa de muito mais se quiser ter a mesma relevância que tinha meses atrás. O mercado sabe disso e a prova é que, somente hoje (23/01/2012), as ações da companhia desvalorizaram 7%, aproximadamente.
A RIM também terá Barbara Stymiest como nova presidente do conselho administrativo, que continuará tendo Lazaridis e Balsillie como membros.
Referências: The Wall Street Journal, MarketWatch.