Steven Sinofsky, um dos principais nomes por trás do Windows 8, deixa a Microsoft
Cerca de duas semanas após o lançamento oficial do Windows 8, a Microsoft perde um dos principais nomes por trás do projeto: Steven Sinofsky, até então presidente da divisão Windows, anunciou sua saída da empresa nesta terça-feira (13/11/2012). A notícia pegou o mercado de surpresa, afinal, o executivo realizou feitos tão importantes que chegou inclusive a ser apontado como um potencial substituto de Ballmer no comando da companhia.
Sinofsky iniciou sua carreira na Microsoft em 1989, passando por vários cargos até assumir a divisão Windows, em 2009. A sua missão não foi nada fácil: coube a ele o trabalho de liderar os esforços para apagar o incêndio causado pelo fiasco do Windows Vista. Deu certo: o Windows 7 foi muito bem recebido pelo mercado.
Steven Sinofsky – Imagem por Microsoft
Mas o seu trabalho mais importante talvez tenha sido o universo do Windows 8. Muito mais que apenas uma atualização na família Windows, este sistema marca o início de mudanças substanciais na Microsoft, que tenta passar de uma empresa de software para uma companhia de serviços e dispositivos. Não por menos, Steven Sinofsky também teve importante envolvimento com a linha de tablets Surface.
Mas, sendo tão gabaritado assim, por que Sinofsky abandonou o barco tão de repente? Bom, de repente talvez não: o fato de sua saída acontecer pouco tempo depois da chegada do Windows 8, em um momento em que ainda não é possível avaliar o impacto da plataforma no mercado, indica que a sua retirada já estava negociada. Se o executivo tivesse saído antes, poderia surgir a desconfiança de algum problema sério em relação ao Windows 8.
Segundo fontes ouvidas pelo AllThingsD, Steven Sinofsky saiu por causa de conflitos com outros executivos da empresa. O The Verge foi ainda mais longe e menciona que seu estilo agressivo de liderança fazia inclusive com que Sinofsky colocasse obstáculos a qualquer produto que de alguma maneira pudesse ofuscar o Windows.
Em um momento em que a Microsoft busca ser muito mais que uma empresa de software, qualquer comportamento que dificulte a integração de suas divisões é ameaçador, logo, foi melhor que Sinofsky saísse antes de passar de herói para um possível vilão em Redmond.
Talvez para evitar uma desvalorização de suas ações, a Microsoft tratou de informar no mesmo comunicado da saída de Steven o seu substituto, ou melhor, as suas substitutas: as executivas Julie Larson-Green e Tami Reller. A primeira está na Microsoft desde 1993 e cuidará da gestão de software e engenharia de hardware da divisão Windows. A segunda ingressou na companhia em 2001 e ficará responsável pela área de negócios e estratégias de marketing para dispositivos Windows.
Julie Larson-Green (esquerda) e Tami Reller – Fotos por Microsoft
Larson-Green trabalhou na gestão de programas, interface e pesquisa para os Windows 7 e 8, enquanto que Reller sempre teve envolvimento com atividades financeiras. São duas executivas experientes, mas que provavelmente se concentração apenas em administrar o ecossistema criado por Sinofsky.
Se é assim, quem então será cogitado como o nome mais forte para assumir a liderança da Microsoft no futuro? Por ora, é difícil dizer, mas em uma coisa podemos apostar: Ballmer não dá qualquer sinal de aposentadoria no curto ou médio prazo, logo, não deve ter nenhuma pressa em relação à escolha de seu sucessor.
Referências: The Verge, AllThingsD, Microsoft.
Emerson Alecrim
Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001.
É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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