Review: tablet Samsung Galaxy Tab 2 de 10,1 polegadas

Mais ou cedo ou mais tarde eu teria que aderir à onda dos tablets e resolvi fazer a minha estreia neste segmento com o Samsung Galaxy Tab 2 de 10,1 polegadas. Confesso que eu não tinha plano algum de escrever sobre esta aquisição, mas acabei gostando do Tab 2, razão pela qual decidi fazer este review – eventualmente, posso acabar ajudando quem estiver de olho neste modelo.

Samsung Galaxy Tab 2 de 10,1”

Samsung Galaxy Tab 2 de 10,1”

Especificações

Adquiri o modelo GT-P5110, que possui conectividade à internet apenas por Wi-Fi. Há também uma versão compatível com 3G, o GT-P5100, que é mais cara, obviamente. Mas as diferenças param aí. Ambos possuem a seguinte configuração:

  • Tela TFT de 10.1 polegadas com resolução de 1280×800 pixels;
  • Processador Cortex-A9 de 1 GHz (dual core);
  • 1 GB de memória RAM;
  • 16 GB (ou 32 GB) para armazenamento interno de dados;
  • Leitor de cartões microSD (até 32 GB);
  • Câmera traseira com resolução de 3,2 megapixels capaz de gravar vídeos a 720p;
  • Câmera frontal de 1,3 megapixel;
  • Bateria de 7.000 mAh;
  • Wi-Fi 802.11n;
  • Bluetooth 3.0;
  • GPS;
  • Entrada para fones de ouvido (P2);
  • Duas saídas frontais de áudio;
  • Dimensões: 257 (largura) x 175 (altura) x 9,7 (espessura) mm;
  • Peso: 587 gramas;
  • Sistema operacional: Android 4.0 (atualizável para Android 4.1);

Dentro da caixa, não espere nada de excepcional acompanhando o tablet: há apenas cabo de dados USB, carregador de energia,  um guia rápido bem meia-boca (se quiser o manual completo, vai ter que baixá-lo no site da Samsung) e o certificado de garantia (12 meses), mais nada.

Acompanhando o tablet, apenas cabo, carregador e guia rápido

Acompanhando o tablet, apenas cabo, carregador e guia rápido

O cabo USB se conecta ao tablet por meio de uma entrada proprietária, da própria Samsung. Isso é ruim porque, caso o usuário perca ou danifique este item, terá mais dificuldade para achar um novo. E não há como não usar o cabo frequentemente: ele também é encaixado no carregador, já que este não possui fio.

Parte externa

A primeira coisa que fazemos ao pegar um tablet em mãos é observar a sua parte frontal. Ao fazê-lo com o Galaxy Tab 2, você percebe que, assim como outros modelos da Samsung, o dispositivo utiliza como padrão a orientação “paisagem” (horizontal), embora nada impeça o seu uso na posição “retrato” (vertical).

Como a orientação paisagem é a mais adequada para vídeos, o Galaxy Tab 2 conta com duas discretas saídas de áudio frontais, uma no lado esquerdo e outra no lado direito da tela. Estas, por sua vez, têm uma borda de pouco mais de 1 centímetro (considerando apenas a parte envidraçada) que permite ao usuário apoiar o polegar adequadamente, sem invadir a área visual:

O polegar não invade a área visível da tela

O polegar não invade a área visível da tela

Acima da tela fica a câmera frontal e o sensor de iluminação do tablet. Há apenas dois botões no aparelho – Liga/Desliga/Bloqueia e Volume –, ambos localizados na borda superior, onde também estão o slot para cartões microSD e a entrada P2, para fones de ouvido:

Borda superior do Galaxy Tab 2 GT-P5110

Borda superior do Galaxy Tab 2 GT-P5110

Na borda inferior, fica o encaixe para o cabo USB, que também é usado para recarregar a bateria do dispositivo. Ao seu lado, há um pequeno “buraco”, onde fica localizado o microfone:

Borda inferior do Galaxy Tab 2 GT-P5110

Borda inferior do Galaxy Tab 2 GT-P5110

Eu diria que a parte traseira é a mais decepcionante. Ela é feita de um plástico fosco que, por um lado, é bom por não deixar marcas de dedo, por outro, transmite uma sensação de fragilidade, como se qualquer pressão mais forte ali fosse capaz de riscá-la ou mesmo trincá-la. A borda utiliza um material mais firme, que poderia ter sido aplicado à traseira. Acredito que a Samsung não o fez para diminuir os custos do aparelho ou para deixá-lo mais leve. Ah, sim: na parte traseira também está a câmera, que não é acompanhada de iluminação flash:

Tampa traseira do Galaxy Tab 2 GT-P5110

Tampa traseira do Galaxy Tab 2 GT-P5110

Tela

A tela faz bonito em termos de brilho e contraste, sendo capaz de exibir cores bem vivas. É possível visualizar o conteúdo satisfatoriamente mesmo em ambientes bem iluminados, embora você tenha que ajustar estas características manualmente com frequência – o sensor de iluminação funciona bem, mas demora um pouco para entrar em ação e fazer a regulagem automaticamente.

A resolução – 1280×800 pixels – também agrada bastante, mas apresenta apenas 149 pixels por polegada. Isso significa que, se você observar a tela bem de perto, será capaz de visualizar os pixels. Mas, como ninguém fica com os olhos “colados” na tela, não é um detalhe tão ruim assim:

É possível notar os pixels ao observar a tela bem de perto

É possível notar os pixels ao observar a tela bem de perto

O site brasileiro e o manual nada dizem, mas o site canadense da Samsung afirma que Galaxy Tab 2 de 10,1 polegadas tem tela reforçada contra arranhões e outros danos por meio da tecnologia Gorilla Glass. A tela parece mesmo ser bastante resistente, por outro lado, com apenas poucas horas de uso, você notará várias marcas de dedos nela.

Sistema operacional

O Galaxy Tab 2 sai de fábrica com o Android 4.0 (Ice Cream Sandwich), mas com menos de um mês de uso pude migrar para a versão 4.1 (Jelly Bean) disponibilizada oficialmente pela Samsung. Ainda bem! Com o Android 4.0, eu notava pequenos travamentos quando alternava de uma tela para outra, assim como notava alguma lentidão para abrir determinados aplicativos. A atualização para o Android 4.1 resolveu estes problemas, tanto que agora eu até uso um fundo de tela animado.

Tal como acontece com outros fabricantes, a Samsung também coloca vários aplicativos inúteis em seus tablets. Com o Galaxy Tab 2 não é diferente. Apps como NetMovies, Saraiva Reader e ChatON não me interessam, mas estão lá e não podem ser removidos, exceto se você “rootear” o aparelho. Ao menos é possível ocultar os ícones destes programas.

A exemplo de outros dispositivos Android da Samsung, o Galaxy Tab 2 10,1 também faz uso da interface TouchWiz, que é bonita, fácil de usar e dá acesso rapidamente aos principais recursos do sistema. Abaixo, a área de configuração:

Área de configuração: muito fácil de usar

Área de configuração: muito fácil de usar

O TouchWiz também é bastante customizável: tratei de personalizar tudo logo de início, deixando nas telas principais apenas os widgets e os ícones dos aplicativos que eu uso, por exemplo:

Dá um pouco de trabalho customizar tudo, mas depois o tablet fica do jeito que você quer

Dá um pouco de trabalho customizar tudo, mas depois o tablet fica do jeito que você quer

No geral, o Android 4.1 roda de maneira bastante eficiente no Galaxy Tab 2. O ecossistema todo só não é perfeito (ou próximo disso) porque a maior parte dos aplicativos disponíveis para a plataforma foram pensados para smartphones, fazendo com que a sua execução em tablets não aproveite devidamente as dimensões da tela. No caso do app do Twitter, por exemplo, eu tive que aumentar o tamanho da fonte para amenizar a estranheza. Aplicativos Android desenvolvidos especialmente para tablets existem, mas são poucos, infelizmente.

Bateria

A bateria do Galaxy Tab 2 10,1 conta com 7.000 mAh, como já informado, e me agradou bastante. Para testá-la, rodei três filmes seguidos da Netflix, totalizando quase 6 horas de vídeo. O tablet rodou todos em tela cheia, com brilho no máximo, Wi-Fi ligado e saídas de áudio com o volume mais alto possível. Ao final, ainda havia cerca de 10% de carga na bateria.

O problema fica por conta da recarga: como a bateria desta tablet tem 7.000 mAh, você irá necessitar de pelo menos umas 4 horas para recarregá-la totalmente, gastando muito mais tempo se o fizer pela porta USB de seu computador.

Desempenho

Como eu disse anteriormente, o Galaxy Tab 2 dava umas travadinhas no início. Nada muito sério, mas suficiente para me frustrar. No entanto, a atualização para Android 4.1 resolveu este problema lindamente. Até aplicativos um pouco mais exigentes, como o Google Earth, rodaram satisfatoriamente em meus testes.

Se, no entanto, você quiser rodar softwares realmente pesados, especialmente jogos com gráficos 3D, prepare-se para a volta das travadinhas: as imagens serão devidamente renderizadas, mas você poderá notar uma espécie de efeito “slow motion” ocasionalmente.

Em um teste feito com o programa AnTuTu Benchmark 3.1.2, o Galaxy Tab 2 10,1” teve 6.136 pontos, o que deixa claro que este é um tablet focado em tarefas cotidianas, isto é,  exibição de vídeos, fotos e e-books, navegação na Web, execução de ferramentas de produtividade e jogos não muito exigentes:

Desempenho do tablet no AnTuTu Benchmark 3.1.2 (aparece como “My Device”)

Desempenho do tablet no AnTuTu Benchmark 3.1.2 (aparece como “My Device”)

Saídas de áudio

O Galaxy Tab 2 até que se sai bem em relação às saídas de áudio, se levarmos em conta que estamos falando de um dispositivo portátil. O som é claro e não distorce, mas obviamente não tem reforço dos graves. Além disso, as saídas ficam nas laterais, mas em uma posição mais alta, fazendo com que os dedos não as bloqueiem quando você estiver segurando o dispositivo.

Saída de áudio do Galaxy Tab 2 10,1”

Saída de áudio do Galaxy Tab 2 10,1”

Por outro lado, o volume máximo não é lá essas coisas – às vezes, quando estou assistindo a um filme que tem som mais baixo, sou obrigado a usar fones de ouvido para não perder nenhum detalhe do áudio. Além disso, mesmo não alcançando volumes altos, as saídas de áudio vez ou outra fazem o tablet vibrar, o que pode incomodar um pouco.

W-Fi

Não notei lentidão, quedas ou qualquer outro problema em relação às conexões Wi-Fi feitas a partir do tablet, por isso, resolvi realizar um teste diferente para avaliar este aspecto: um comparativo de alcance entre o meu notebook (Dell Inspiron), o meu smartphone (Sony Xperia mini pro) e o tablet.

Simplesmente fui me afastando do meu roteador até que estes dispositivos perdessem o sinal da rede. O resultado me surpreendeu: o Galaxy Tab 2 foi o único que conseguiu manter a conexão do outro lado da minha rua – uma distância de quase 30 metros. Os outros dois perderam sinal uns 5 metros antes.

Câmera

Câmera traseira em tablet faz sentido apenas quando algum aplicativo consegue aproveitá-la de alguma forma criativa. No mais, trata-se apenas de um “quebra galho”. E o Galaxy Tab 2 10,1 leva este último aspecto a sério: a câmera do tablet (de 3,2 megapixels, relembrando) consegue gerar imagens satisfatórias e grava vídeos a 720p, mas não espere milagres, especialmente em ambientes pouco iluminados, já que não há flash.

Abaixo, fotos do mesmo objeto tiradas com o tablet (primeira imagem) e uma câmera digital compacta, sem uso de flash:

Foto tirada com o Galaxy Tab 2

Foto tirada com o Galaxy Tab 2

Foto tirada com uma câmera digital compacta (Lumix DMC-FH25)

Foto tirada com uma câmera digital compacta (Lumix DMC-FH25)

Prós e contras

Prós

  • Desempenho satisfatório para tarefas cotidianas;
  • Ergonomia;
  • Slot para cartões microSD;
  • Duas saídas de áudio com boa qualidade sonora;
  • Autonomia da bateria;
  • Tela com qualidade de imagem satisfatória;
  • Interface TouchWiz;
  • Recepção de sinal Wi-Fi.

Contras

  • Ausência de HDMI ou outra interface para transmissão de imagens;
  • Ausência de iluminação flash para a câmera;
  • Tampa traseira com aspecto frágil;
  • Tela facilmente marcável com os dedos;
  • Impossibilidade de remover determinados aplicativos por vias convencionais;
  • O desempenho pode ser sofrível em processamento gráfico pesado.

Finalizando

O Samsung Galaxy Tab 2 de 10,1 polegadas é um tablet intermediário. Para execução de vídeos, exibição de fotos, navegação na Web, leitura de e-books, ferramentas de escritório e outras atividades mais comuns, o dispositivo se sai muito bem, especialmente se estiver rodando o Android 4.1.

Ele também consegue rodar a contento a maioria dos jogos disponíveis, como as famosas franquias Angry Birds, Fruit Ninja, Plants vs. Zombies e assim por diante. Somente jogos pesados, como Need for Speed Most Wanted, é que podem frustrar a experiência do usuário – em casos assim, um ajuste ou outro é capaz de resolver o problema.

A interface TouchWiz é bastante amigável, mesmo para usuários pouco familiarizados com gadgets. Segurar o aparelho também é um procedimento tranquilo: apesar de a tampa traseira aparentar fragilidade, ela não é escorregadia, portanto, o usuário não tem impressão de que o aparelho escapará de suas mãos a qualquer momento.

As saídas frontais de áudio têm qualidade muito boa para um tablet e o fato de o dispositivo ler cartões SD ameniza a preocupação com o espaço interno, já que pouco mais de 11 GB dos 16 GB do modelo é que estão realmente livres para armazenamento de dados do usuário.

Atualmente, a maioria das lojas brasileiras vende o Samsung Galaxy Tab 2 de 10,1 polegadas por 1.299 reais (16 GB), mas usando cupons de desconto e pagamento à vista por boleto bancário, por exemplo, é possível conseguí-lo por cerca de 1.000 reais (foi o preço que eu paguei). A versão com 3G custa cerca de 200 reais a mais.

Mais imagens do tablet (inclusive as fotos mostradas aqui em tamanho menor) neste álbum no Flickr:

Emerson Alecrim

Emerson Alecrim Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001. É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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