Racismo e preconceito no Orkut

O Brasil carrega a triste marca da injustiça, nos seus mais diversos aspectos. Se a perspectiva de impunidade é capaz de levar indivíduos a cometerem crimes em ambientes de convívio social, o que eles não serão capazes de fazer na internet? Com freqüência leio relatos ou reportagens sobre crimes cometidos ou planejados no Orkut. Muitos tratam do assunto como se o fechamento desse site fosse suficiente para barrar essas ações, mas cabe lembrar que o Orkut tem uma participação muita ativa de brasileiros e a quantidade de usuários é tão grande que praticamente qualquer assunto pode ser debatido lá, seja ele negativo ou positivo.

É essa sensação de liberdade que faz com que indivíduos racistas ou preconceituosos despejem todos os seus conceitos maléficos no Orkut, afinal, lá a polícia não aparece, as vítimas não poderão encontrá-los, é possível encontrar gente de opinião igual e ninguém vai para a cadeia. Essa mesma certeza de impunidade atinge as vítimas ou outras pessoas cuja dignidade não aceitam expressões racistas ou preconceituosas. Elas não denunciam porque acreditam que as autoridades nada farão ou que poderão sofrer retaliações se suas identidades ficarem expostas após o ato da denúncia.

A questão é que o Ministério Público Federal tem trabalhado para lidar com crimes na internet e se um número massivo de pessoas fizerem denúncias, as chances das autoridades conseguirem barrar tais práticas são grandes. Em São Paulo, por exemplo, é possível fazer denúncias anônimas através do telefone 181 (Disque-Denúncia). Também tem o site da Polícia Federal do Brasil.

O importante é não ficar de braços cruzados. A intolerância racial ou qualquer crime semelhante não pode ficar impune só porque é praticada na internet. Se um grande número de pessoas reagir, essas práticas serão barradas, seja ela na internet, nas ruas, onde for.

Emerson Alecrim

Emerson Alecrim Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001. É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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