Porque eu fiquei decepcionado com a Sky Online

A partir de hoje (15/02/2012), a Sky não vai ser mais apenas sinônimo de TV por assinatura. A empresa acaba de lançar o serviço Sky Online, que oferece filmes e seriados pela internet. Confesso que, de início, fiquei bastante empolgado por ter encontrado mais uma opção à Netflix, que considero um bom serviço, mas que tem acervo fraco para os meus gostos. Infelizmente, não demorou para que eu ficasse decepcionado com a novidade 🙁

Sky Online

A Sky Online funciona das seguintes formas:

Você pode alugar um filme: neste caso, você acessa o acervo , escolhe um filme e paga. Vi filmes com preços de 4,90 reais e 6,90 reais. Depois de pagar, você tem até 72 horas para assistí-lo e, a partir do momento em que o fizer, é possível revê-lo quantas vezes quiser em até 48 horas;

Você pode comprar um filme: vi preços entre 12,90 reais e 34,90 reais. Ao comprar, você pode fazer download do filme e assistí-lo quantas vezes quiser, mesmo sem acesso à internet, afinal, você o comprou;

Você pode contratar uma assinatura mensal (Clube Sky Online): a opção mais interessante! Ao escolhê-la, você paga 14,90 reais por mês e tem acesso ilimitado ao conteúdo on-line da Sky, via streaming. É recomendável ter conexão à internet de pelo menos 2 Mb/s para não enfrentar gargalos.

A ideia é excelente! O acervo de filmes e seriados tem títulos interessantes, apesar de não parecer muito grande, e também é possível ter acesso a desenhos animados e conteúdo esportivo. E eu também gostei do site, bastante agradável de se usar. Em contrapartida, há vários poréns. Para começar, os filmes só podem ser vistos se você tiver Silverlight. Tudo bem para usuários do Windows 7, mas quem tiver sistemas operacionais diferentes terá que instalar um plugin. Poderia haver uma versão com Flash, para tornar as coisas mais fáceis, não é mesmo?

Mas o pior mesmo está nos preços. Pagar 4,90 reais – ou 6,90 reais – para alugar uma filme não parece valer a pena. Se ao menos houvesse conteúdo em alta definição (HD), mas não há. Nestas circunstâncias, cada aluguel não deveria superar a casa dos 3 reais. Sem contar que determinadas produções só estão disponíveis para quem paga o Clube Sky Online.

Falando na assinatura mensal, há um asterisco ao lado do preço de 14,90 reais cujo significado eu demorei para encontrar: este valor é referente apenas aos seis primeiros meses; depois disso, a mensalidade pode subir para 19,90 reais. E nem há mês gratuito, como na Netflix, para degustação.

No que se refere aos filmes comprados, estes só podem ser assistidos a partir do aplicativo SKY Online Download Player, disponível gratuitamente para Windows e Mac OS X. Além de não poder assistir ao conteúdo em seu player favorito, você só pode acessá-lo em, no máximo três computadores. Tablet, smartphone, Xbox 360? Pelo menos por enquanto, esquece.

O problema que me deixou mais frustrado apareceu na hora de fazer o cadastro: pelo menos inicialmente, o Sky Online é exclusivo para quem já é assinante da Sky. Quem não é cliente é direcionado a uma página onde é possível escolher um dos pacotes de TV por assinatura da empresa. Para ser franco, eu queria testar a novidade, mas o trabalho de mudar de operadora de TV só para isso não vale a pena…

Neste ponto, entramos numa questão que eu já abordei no post sobre as propostas SOPA e PIPA: o principal problema da pirataria na internet é a falta de opções mais atraentes que as ilegais. Ora, há tantas limitações nos serviços legítimos, que o usuário muitas vezes acha mais prático baixar conteúdo da internet: ele pode assistir o vídeo no dispositivo que quiser, na hora que quiser, quantas vezes quiser, com o aplicativo que quiser, enfim.

Diante desta situação, eu continuo esperando ansiosamente por um serviço on-line que seja legal nos dois sentidos: compatível com a lei e com as necessidades dos usuários. E, bom, a Sky Online acabou de começar, então quem sabe ela seja este serviço em um futuro próximo.

Emerson Alecrim

Emerson Alecrim Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001. É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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