O LibreOffice 3.3 já está disponível! O OpenOffice.org 3.3 também…
No último dia 25, a versão final da suíte de escritório de código aberto LibreOffice 3.3 foi disponibilizada para download. Mal esse lançamento foi feito e a versão final do OpenOffice.org 3.3 também foi liberada. Não entendeu nada? Difícil ter que lidar com uma confusão destas em pleno final de semana, né? Mas não é difícil de entender.
O LibreOffice nada mais é do que um pacote baseado no OpenOffice.org. O projeto foi criado por um grupo de desenvolvedores que estava temendo pelo futuro desta suíte. Essa insegurança surgiu pela desconfiança de que a Oracle, depois de ter adquirido a Sun Microsystems, não daria a devida atenção às iniciativas de código aberto desta última.
Como consequência, alguns participantes do projeto OpenOffice.org abandonaram o barco e criaram a The Document Foundation, cuja principal atividade é o desenvolvimento de um fork do primeiro que recebeu o nome LibreOffice. E não pense que se trata de um projeto criado de maneira precipitada, pelo calor do momento: a iniciativa conta com o apoio de empresas como Canonical (responsável pelo Ubuntu), Red Hat e até do Google. No Brasil, o grupo responsável pelo BrOffice.org também passou a adotar a novidade.
E foi essa história toda que originou o LibreOffice 3.3, cujos destaques são os seguintes, além é claro, das funcionalidades triviais, como suporte aos formatos ODF:
- Importação e edição de arquivos no padrão SVG;
- Nova ferramenta de navegação para o editor de textos Writer;
- Filtros de importação para arquivos do Microsoft Works e do Lotus Word Pro;
- Capacidade de inserção de até 1 milhão de linhas em uma planilha do Calc;
- Nova interface de impressão;
- Importação de arquivos em PDF;
- Entre outros.
Mas, como eu já disse, o OpenOffice.org 3.3 também acabou de sair do forno, tendo as seguintes características como as principais:
- Maior proteção dos documentos do Write e do Calc;
- Nova interface de impressão (uma das características que o LibreOffice “herdou”);
- Melhor suporte para gráficos no Calc;
- Nova fonte da família Narrow;
- Inserção de até 1 milhão de linhas no Calc (sim, outra característica que o LibreOffice “herdou”);
- E outras mais.
Para o usuário comum e considerando apenas o uso dos recursos básicos, é praticamente impossível dizer qual dos dois pacotes é melhor. Mas até então, está tudo bem. O problema mesmo são as questões que ficam no ar: até que ponto essa situação de dois projetos semelhantes vai se sustentar? a Oracle vai mesmo deixar o OpenOffice.org “morrer”? O LibreOffice vai ter “fôlego” para manter um ritmo de desenvolvimento e até mesmo de inovação?
Bom, ainda é cedo para obtermos essas respostas. Por ora, só nos resta experimentar. Para quem se interessar, ambos os pacotes podem ser baixados nos seguintes links:
- LibreOffice: www.libreoffice.org ou www.broffice.org (versão em português do Brasil);
- OpenOffice.org: www.openoffice.org.
Em ambos os casos, há versões para Windows, Mac OS e Linux.
Emerson Alecrim
28 de janeiro de 2011 às 19:22
“No Brasil, o grupo responsável pelo BrOffice.org também passou a adotar a novidade.” Isso me pareceu minimizar demais a participação do BrOffice. Na verdade, a ONG BrOffice foi uma das que assinou o apoio inicial (aquele com o Google). Ela não só passou a adotar, ela apoiou desde o início, e é um dos participantes da TDF. Chegaram até mesmo a disponibilizar um servidor para eles!
* http://www.broffice.org/broffice_disponibiliza_servidor_tdf
[]s
29 de janeiro de 2011 às 11:58
Não houve nenhuma tentativa de minimizar a participação de ninguém. Acontece simplesmente que o apoio da comunidade BrOffice.org não era a pauta do post. Inclusive, se você olhar em outros sites que publicaram matérias sobre o assunto, muitos sequer mencionaram o BrOffice.org.
29 de janeiro de 2011 às 12:05
Eu sei que não houve tentativa de minimizar, Emerson, mas é que se minimizou. Não se trata de ser ou não o foco do post. É que, sem querer, você minimizou. Um “participa da fundação, deixando o OpenOffice.org a favor da novidade”, ou algo do tipo, ao invés “também passou a adotar a novidade” teria mantido o foco do post sem minimizar a participação do BrOffice.
Eu só comentei isso porque: 1) conheço seus posts há muitos anos; 2) o post é muito bom por colocar os dois offices frente a frente; 3) foi uma imprecisãozinha de nada que identifiquei e que, a meu ver, impediu que o post ficasse excelente. Em outras situações, como “nos outros sites que publicaram matéria sobre o assunto”, como você diz, eu nem me daria ao trabalho de comentar isso. 😛
[]s
29 de janeiro de 2011 às 14:41
Eu acho que a adesão de distros linux, primeiro do opensuse e agora do ubuntu, de grupos como o BrOffice, desenvolvedores e de usuários curiosos não é pouca coisa para um projeto ser tocado adiante.
Vejo o LibreOffice hoje com mais gás do que o OpenOffice.
E uma diferença entre os dois: O peso! Para abrir o LibreOffice e utilizar planilhas com vários gráficos ele se mostrou muito mais leve e rápido do que o OpenOffice.
29 de janeiro de 2011 às 15:30
Bom, de qualquer forma, a minha intenção ao citar as mencionadas empresas e a iniciativa brOffice.org foi a de mostrar que o LibreOffice é um projeto sério o suficiente para contar com o apoio dessas instituições. Creio que, pelo menos nisso, eu não falhei.
29 de janeiro de 2011 às 15:33
Saulo,
Estou testando ambos os pacotes na minha instalação do Ubuntu e, sinceramente, não notei diferença no que se refere ao desempenho. Mas é que eu também não testei muitos recursos. Vou fazer uma avaliação mais detalhada assim que possível.