Novidades da Apple na WWDC: Mac OS X Lion, iOS 5 e iCloud

E eis que a Apple ataca novamente. Um ataque mais sútil desta vez, mas digno de nota. Hoje (06/06/2011), na edição 2011 do evento Worldwide Developers Conference (WWDC), a turma de Steve Jobs apresentou os sistemas operacionais Mac OS X Lion e iOS 5, além do serviço iCloud.

Mac OS X Lion

A Apple geralmente não mostra suas novidades sem antes falar de seus números gigantes. Hoje não foi diferente. No que se refere à linha Mac em si, a empresa afirma que são mais de 54 milhões de usuários no mundo; nos últimos 5 anos, o Mac aumentou sua participação no mercado em 28%, enquanto que o segmento de PCs perdeu 1%; 73% das unidades Mac vendidas são notebooks. Nada mal, né?

Bom, mas falando do lançamento em si, o primeiro produto mostrado hoje foi o Mac OS X Lion que, segundo a Apple, chega com cerca de 250 novidades, embora a companhia tenha focado sua apresentação apenas nas que mais se destacam, entre elas:

  • Gestos “multitouch”: no Lion, o usuário pode utilizar toques simultâneos no touchpad para realizar uma série de ações de maneira fácil e intuitiva, como dar zoom em imagens, alternar rapidamente entre aplicativos abertos em tela cheia, avançar ou voltar  páginas no navegador e assim por diante;
  • Tela cheia: rotina para usuários do Windows, um sonho para muitos usuários de Mac. Até o Lion, não era possível executar aplicativos  no modo “tela cheia”;
  • “Eliminação” das barras de rolagem: bom, não é que tenham sido eliminadas, mas estas aparecerão com menos frequência, mesmo porque o usuário poderá visualizar facilmente o conteúdo não mostrado utilizando gestos multitouch;
  • Mission Control: é como se fosse uma integração do Exposé, do Spaces e do Dashboard, ou seja, o usuário consegue, com um único gesto, visualizar rapidamente os recursos em uso;
  • Launchpad: uma espécie de painel que mostra todos os aplicativos instalados, lembrando bastante a exibição de apps do iOS;
  • Resume e Auto Save: o Resume é um recurso que permite ao usuário continuar seu trabalho exatamente de onde parou. Útil, por exemplo, para continuar uma atividade depois de o computador ter sido reiniciado. Em conjunto, há o recurso Auto Save que, como o nome indica, salva automaticamente os arquivos do usuário de maneira periódica;
  • Versions: trata-se de um recurso que gera “imagens” de documentos conforme eles vão sendo editados. Assim, caso o usuário queira retornar a uma versão anterior, poderá fazê-lo facilmente;
  • AirDrop: um recurso que permite ao usuário utilizar sua conexão Wi-Fi para compartilhar facilmente arquivos com outras máquinas da rede. Uma ideia interessante, afinal, dificilmente uma rede sem fio conta com um computador só.

A ferramenta Mission Control - Imagem por Apple

A ferramenta Mission Control – Imagem por Apple

O interessante é que a Apple decidiu disponibilizar o Mac OS X Lion somente via download na Mac App Store, ou seja, nada de encontrá-lo à venda em CD/DVD. Se alguém ainda contava com a expectativa de ver a companhia de Steve Jobs dando atenção ao Blu-ray, pode fazer cara feia: está claramente visível a intenção da Apple de abandonar qualquer tecnologia de mídia óptica.

Nos Estados Unidos, a novidade terá preço de 29,99 dólares e estará disponível a partir de julho (2011).

iOS 5

Como você deve saber, o iOS é o sistema operacional que roda nas linhas iPhone, iPad e iPod touch. De acordo com a Apple, a soma de todos esses dispositivos já ultrapassou a marca de 200 milhões de unidades comercializadas em todo o mundo. Só a linha iPad conseguiu vender mais de 25 milhões de aparelhos em cerca de 14 meses de mercado. A loja de aplicativos App Store já conta com mais de 425 mil programas, dos quais 90 mil são direcionados especialmente ao iPad. O total de downloads já ultrapassou a marca de 14 bilhões e mais de 2,5 bilhões de dólares já foram pagos a desenvolvedores externos.

No que se refere ao iOS 5, a novidade chega com mais de 1.500 novas APIs para facilitar a criação de aplicativos para a plataforma, tudo para manter essa onda de números “pequenos”. As outras novidades em destaque são as seguintes:

  • Notification Center: um recurso que centraliza em um único lugar as notificações geradas pelo próprio sistema operacional e pelos aplicativos, como chegadas de e-mail e novas atualizações de software, por exemplo, de forma que o usuário não seja interrompido no meio de uma atividade (como um jogo);
  • Newsstand: uma funcionalidade para facilitar a assinatura de revistas, jornais e publicações semelhantes. A Apple estabeleceu parcerias com editoras para dar sentido à novidade, entre elas: National Geographic, The New York Times e Bloomberg. É uma pena que não há nada relacionado a publicações brasileiras, pelo menos até o momento;
  • Twitter: é, Twitter! Agora o iOS conta com um cliente nativo para que o usuário possa espalhar seus tweets ao mundo. E tem mais: esse recurso possui integração com outros aplicativos. Assim, o usuário poderá, por exemplo, compartilhar fotos rapidamente no Twitter com poucos toques na tela;
  • Safari: o navegador padrão do sistema também ganhou atualização. Entre suas novidades está o Reader, recurso já existente na versão para Mac que facilita a concentração do usuário no conteúdo da página aberta. Há também o Reading List, para que o usuário possa guardar determinados links ou trechos de textos para acessá-los depois. No iPad, o Safari terá suporte a abas. Não era sem tempo, não é mesmo?
  • Reminders: é como uma versão digital dos tradicionais “post-its”, ou seja, é um recurso para que o usuário possa criar lembretes, listas de tarefas, entre outros. O interessante é que é possível sincronizar a ferramenta com o iCal ou mesmo com o Microsoft Exchange;
  • Câmera: está mais fácil acessar a câmera do aparelho, já que agora há um atalho para ela na tela de desbloqueio do sistema. Com isso, o usuário poderá tirar uma foto imediatamente, mesmo sem ter desbloqueado o dispositivo;
  • Mail: o aplicativo de e-mail do iOS agora conta com mais recursos para formatação de textos, busca de mensagens, entre outros;
  • Sem cabos: a ideia aqui é a de que o usuário não necessite mais utilizar cabos para fazer a comunicação do aparelho com outros dispositivos. Com isso, o usuário conseguirá baixar atualizações de software, por exemplo, sem necessidade de utilizar um Mac ou um PC para intermediar o procedimento. Tudo o que é necessário é uma rede Wi-Fi ou 3G;
  • Game Center: uma rede para permitir ao usuário encontrar jogos do seu interesse mais facilmente, obter recursos para títulos que já possui, interagir com outros jogadores e assim por diante. A App Store já possui mais de 100 mil aplicativos nesta categoria, então nada mais interessante do que disponibilizar um meio para que o usuário possa aproveitar ainda mais suas jogatinas;
  • iMessage: um aplicativo que permite ao usuário trocar mensagens instantâneas, fotos, vídeos e outras informações com outros dispositivos que rodam iOS.

O Newsstand em ação - Imagem por Apple

O Newsstand em ação – Imagem por Apple

Bacana, não? O iOS 5 estará disponível para download a partir de setembro de 2011.

iCloud

Este, certamente, foi o anúncio mais esperado. Como o nome sugere, o iCloud é uma plataforma baseada em computação nas nuvens. Qual o seu objetivo? Permitir que o usuário utilize “as nuvens” em vez de um computador em sua rede como “hub” para centralizar suas informações. Isso significa que, se você atualizar as informações de um contato no iPhone, por exemplo, o iCloud poderá enviar os dados alterados automaticamente para outros dispositivos, bastando ter uma rede Wi-Fi para isso. Em outras palavras, o usuário não precisa se preocupar em sincronizar manualmente seus gadgets, uma vez que o iCloud se encarrega disso.

O iCloud entrará no lugar do MobileMe, que custava 99 dólares por ano nos Estados Unidos. A novidade, no entanto, além de ser um serviço evoluído, será inteiramente grátis ao usuário. E contará também com aplicativos que a tornam ainda mais atraente, como o Documents: nele, o usuário pode, por exemplo, editar um texto no iPad e posteriormente continuar a manipulá-lo no iPhone.

Há também o Photo Stream, onde é possível utilizar as “nuvens” para compartilhar imagens rapidamente com outros dispositivos. É possível armazenar até mil fotos em um dispositivo móvel (não há esse limite em Macs e PCs). O restante, sempre partindo da figura mais antiga, é guardada de maneira on-line. Cada imagem fica por até até 30 dias no iCloud. Depois, caso o usuário queira mantê-la, precisará apenas movê-la para um local de sua preferência.

iCloud: sincronia a partir das nuvens - Imagem por Apple

iCloud: sincronia a partir das nuvens – Imagem por Apple

Sabe as músicas que você adquiriu via iTunes? Pois é, elas também poderão ser sincronizadas entre seus dispositivos (com o limite de até 10 aparelhos). O interessante é que, para isso, é necessário gerar cópias dos arquivos, mas, de acordo com a Apple, essa ação não resultará em custos adicionais ao usuário.

E quanto às músicas que o usuário não obteve pela iTunes Store? Bom, estas não poderão ser sincronizadas, a não ser que a pessoa utilize o iTunes Match. Com essa ferramenta, as faixas em questão passam a ser tratadas como se tivessem sido adquiridas pela iTunes Store, pois uma cópia delas é baixada pelo serviço. Seu preço é de 25 dólares por ano. É uma novidade e tanto! Se você tiver, por exemplo, 500 músicas obtidas de forma “genérica”, legalizá-las por 25 dólares pode ser um excelente negócio.

Pois bem, como já dito, o iCloud será gratuito. O usuário terá 5 GB para e-mails, documentos e  backup. Nesta cota não são considerados os espaços ocupados por aplicativos, livros, músicas e fotos. A novidade estará disponível junto com o iOS, em setembro.

Emerson Alecrim

Emerson Alecrim Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001. É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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