Google e Microsoft rivalizam até quando o assunto é “open source”
A Microsoft possui algumas soluções em software disponíveis em licenças como a Microsoft Permissive License que, grossamente falando, é quase que uma licença de código aberto (open source). Agora, a gigante de Redmond quer submeter essas licenças à aprovação da OSI (Open Source Initiative), mas no que depender do Google, essa tarefa vai ser mais difícil do que já é.
Para quem não sabe, a OSI é uma entidade que, basicamente, reconhece as licenças de código aberto, entre elas, a GPL e a BSD. Para que uma licença obtenha aprovação da OSI, deve seguir uma série de exigências. É nesse ponto que Chris DiBona, diretor do Google para assuntos sobre código aberto, entra em cena: ele quer que as exigências da OSI para com a Microsoft sejam ainda maiores que o normal. Entre o “adicional” proposto por DiBona está:
– A Microsoft deve deixar de chamar suas licenças de “código compartilhado”;
– A Microsoft deve deixar de passar informações inconsistentes sobre licenças de código aberto;
– A Microsoft deve informar com clareza a licença de seus softwares para evitar confusão;
– Devido à dominância do Windows, a Microsoft deve concordar em não distribuir seus softwares em código aberto em PCs novos com esse sistema operacional.
O executivo do Google acredita que a intenção da Microsoft não é a de colaborar com as iniciativas de código aberto, mas sim de estabelecer uma estratégia de atuação no mercado. Tanto é que ele até lembrou que, em um passado não muito distante, a Microsoft já chamou os softwares de código aberto de “câncer” e “comunistas”.
Procurada, a Microsoft respondeu por meio de Bil Hilf, executivo que representa a empresa para assuntos de plataforma, que as exigências do Google não são contempladas pela OSI. A resposta levanta uma questão: a Microsoft se mostrou contrária às normas sugeridas por Chris DiBona por considerá-las abusivas ou porque elas, de fato, atrapalhariam seus planos? Bom, de qualquer maneira, as atenções agora se voltarão à OSI.
Conseguirá a Microsoft ter as suas licenças reconhecidas? Façam suas apostas!
Referência: The Register.
Emerson Alecrim
24 de agosto de 2007 às 7:09
Simples, eles não estão acostumados a jogar com regras dos outros. As licenças deles, creio, serão tratadas como as de qualquer outra empresa e, se consistentes e seguindo as regras de Software Livre, devem ser aprovadas sem problemas. Uma coisa são licenças, outra é a postura.
Estou bem certo de que as inteções são mesmo as previstas pelo pessoal do Google. Afinal, lembra quando a MS recentemente se aproximou de empresas OS? Fez parceria com a Novell e tentou várias outras. A idéia dela era unicamente reforçar suas patentes para gerar FUD.
Em poucas palavras: eles não jogam limpo.
24 de agosto de 2007 às 9:55
http://www.googlefight.com/index.php?lang=en_GB&word1=google&word2=microsoft
‘Nuff said.
25 de agosto de 2007 às 11:39
Pois é, Bardo, você disse tudo: trata-se de uma questão de postura. A Microsoft talvez esteja tentando perder a imagem de “má” que tem, e talvez consiga a aprovação de suas licenças. Todavia, isso não é suficiente. De nada vale ter essas licenças se a empresa não mudar sua postura em relação aos assuntos em que ela é mal vista.
Hehehehe, legal esse Google Fight, Wilerson!
24 de setembro de 2007 às 18:43
Toda esta disputa paralela entre a Microsoft e o Google revelam o caráter monopolista da MS. A Microsoft tenta fazer um marketing a seu favor, colocando algumas licenças de código aberto à disposição do público, no sentido de convencer o mercado que ela não é tão maléfica quanto dizem. Entretanto, em várias frentes a empresa continua a mesma, impondo condições ao mercado que bem caracterizam um comportamento monopolista e em muitos casos excludentes.