Fonte Helvetica: 50 anos
Quem conhece pouco de tipografia pode pensar que a fonte Helvetica (e tantas outras) é usada apenas nos computadores, mas não é isso que acontece. A Helvetica foi desenvolvida no ano de 1957, uma época em que sequer pensávamos em computadores pessoais. Cinqüenta anos depois, é possível encontrá-la em uso em vários meios, como livros, revistas, cartazes, letreiros e… computadores.
A fonte Helvetica é do tipo “sem-serifa” e foi criada por Max Miednger em conjunto com Eduard Hoffman para a empresa Haas’sche Schriftgießerei, na Suíça. Seu nome é oriundo da palavra “helvetia”, que significa Suíça em latim. Segundo a Wikipedia, seu uso tornou-se popular nos anos de 1960, quando até se criou a expressão “se não souber o que usar, use Helvetica”.
A Helvetica é uma fonte simples, sem “frescuras”. Essa característica lhe permite ser aplicada facilmente em vários projetos visuais, o que, certamente, a fez ser tão popular. Sendo assim, nada mais natural do que encontrá-la disponível para uso no computador.
Todavia, a Helvetica não é a fonte mais usada nos PCs. As fontes Arial e Times New Roman são mais utilizadas, esta última principalmente por ser a fonte padrão de vários programas de edição (especialmente o Office, da Microsoft). Porém, dizem que a Arial é uma “cópia inferior” da Helvetica, devido a sua semelhança com esta.
Essa queixa não é sem fundamento: a fonte Arial foi criada em 1982 por Robin Nicholas e Patricia Saunders, sob encomenda da IBM, que precisava de uma fonte como a Helvetica, mas a companhia não estava disposta a pagar o preço de seu licenciamento. A instrução dada pela empresa foi a de que a nova fonte fosse baseada na Akzidenz Grotesk, justamente a fonte que serviu de inspiração para a criação da Helvetica. Daí suas semelhanças.
A Helvetica faz 50 anos, mas com pinta de uma fonte atual e moderna, o que a deixa em plenas condições de continuar sendo utilizada ainda por um bom tempo. Sua utilização alcançou tal ponto que, para comemorar seu 50º aniversário, um cineasta interessado por tipografia chamado Gary Hustwit a colocou com “personagem central” de um documentário sobre fontes. O filme foi exibido no Museu de Artes Aplicadas de Zurique.
Quem diria que uma fonte de aparência tão simples tem tanta história para contar, não? Meus agradecimentos ao Francisco Arêas, pela indicação do assunto.
Referências: BBC News, Wikipedia, swissinfo.
Emerson Alecrim
Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001.
É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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