Celulares em presídios: a culpa é das operadoras?

São Paulo vive uma onda de violência nunca vista antes. Certamente esses dias ficarão na história, tal como ocorreu com o massacre do Carandiru. O crime organizado mostrou que faz jus ao nome, conseguindo mobilizar vários criminosos, inclusive os já presos.

A principal forma de comunicação de presos nas cadeias é a telefonia celular. Por isso, há tempos iniciou-se um debate para uma solução ao problema, até o assunto, aparentemente, cair no esquecimento.

Com a onda de ataques a São Paulo, a questão veio novamente à tona: autoridades paulistas se reuniram com representantes das operadoras de telefonia móvel do estado para discutir uma solução.

Uma proposta apresentada pelas autoridades é simplesmente absurda: tirar as torres de transmissão de sinal que estão próximas às cadeias. O problema é que, se isso for feito, a região toda atendida pela torre será atingida. Além do mais, as torres não estão “coladas” aos presídios ao ponto de sua simples retirada resolver a questão. Não é uma tarefa fácil distribuir o sinal da rede celular fazendo com que esta “pule” os locais onde há cadeia.

O que aparenta, é que o Estado está tentando empurrar às operadoras a responsabilidade de um problema que não cabe a elas. Da reunião, os representantes das empresas saíram com a promessa de analisar a situação.

E os bloqueadores? Não eram uma solução boa? Se você pesquisar em sites de busca, logo encontrará bloqueadores de celular à venda, e de forma legal, exigindo autorização da Anatel. Lembro de certa vez ter visitado uma empresa, onde, por um motivo que não lembro, os telefones celulares não pegavam devido a um bloqueio. Acho que falta mesmo é interesse, porque tecnologia viável para isso tem.

Estou vendo a hora em que vão montar hotspots de acesso à internet via tecnologia Wireless (sem fio) e vão passar computadores portáteis aos presos…

Emerson Alecrim

Emerson Alecrim Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001. É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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