AMD desperta a ira de jornalistas
Há mais ou menos duas semanas que a AMD fez em uma conferência em Singapura o anúncio dos recém-lançados processadores Barcelona (nova geração da linha Opteron). Como é comum acontecer nesse tipo de evento, os jornalistas receberam um documento chamado Non Disclosure Agreements (NDA), que serve para garantir que nenhum dado relevante se torne público antes da data combinada.
Acontece que, nessa conferência, o tal NDA entregue pela empresa não só exigia que nenhuma informação fosse revelada antes do tempo, como também condicionava os jornalistas a disponibilizarem suas matérias à AMD antes delas serem publicadas. Assim sendo, a AMD poderia autorizar ou negar a publicação. Isso, é claro, gerou um fervoroso ranger de dentes.
No primeiro dia da conferência, um jornalista do Bangkok Post se revoltou contra o NDA, e decidiu protestar. Contando com o apoio de alguns colegas de profissão, acabou convencendo a AMD a não obrigar a assinatura do documento.
No entanto, no segundo dia do evento, o NDA voltou a ser obrigatório sob a alegação de que informações com nível de sigilo maior seriam passadas nesse dia. Contrariado, o jornalista do Bangkok Post decidiu se retirar da conferência.
O ocorrido gerou polêmica, tanto é que a AMD se viu obrigada a procurar o jornalista para se desculpar. De acordo com a empresa, tudo não passou de um mal-entendido envolvendo os organizadores do evento. A AMD também disse que “nunca teve intenção de controlar as publicações”.
É claro que ninguém acreditou nisso, mas mesmo com a polêmica, o evento ocorreu e os processadores Barcelona foram lançados. Mas uma dúvida ficou no ar: para agir de tal forma, o que a AMD teme?
Referências: The Inquirer, TechARP.
Emerson Alecrim
Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001.
É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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