A arma da Cielo para prevenir fraudes no comércio eletrônico brasileiro

Cartão de créditoQuanto o assunto é comércio eletrônico (ou e-commerce), o Brasil se mostra como uma mina de ouro: a estimativa é a de que o país tenha respondido por 65% do volume de vendas on-line de toda América Latina em 2011, movimentando quase 23 bilhões de dólares! E o melhor é que ainda há muito o que ser explorado nesta modalidade. Mas para isso as empresas precisam lidar com algumas pedras no sapato, entre elas, uma que possui um nome assustador: fraude.

Na manhã de hoje, a Cielo reuniu clientes e a imprensa em São Paulo (SP) para tratar justamente deste assunto. A empresa, que além das famosas maquininhas de cartão de crédito fornece soluções para pagamentos na internet, anunciou uma parceria com a CyberSource para tornar as transações on-line mais seguras.

A CyberSource é uma divisão da Visa especializada em gestão e segurança de pagamentos. Para você ter uma ideia, uma de cada quatro transações de comércio eletrônico dos Estados Unidos passam pelos sistemas da empresa. Globalmente falando, esta proporção é de um para sete.

A parceria entre a Cielo e a CyberSource não é mero capricho. Somente no Brasil, estima-se que 0,75% das compras on-line são fraudulentas. Pouco? Basta imaginar que uma em cada 125 compras é um golpe! Não é difícil acreditar: se você não passou por isso, já deve ter ouvido falar de alguém que teve o cartão de crédito utilizado em alguma compra não reconhecida, por exemplo.

Quando a fraude é detectada a tempo, é possível agir rápido para evitar um estrago maior, mas e quando o problema é descoberto tardiamente? Pois é, prejuízo. É uma questão que gera tantas preocupações, que muitas empresas ainda não aderiram ao comércio on-line justamente por medo das fraudes.

Com a parceria, a Cielo espera fazer não só com que estes lojistas adentrem de vez no e-commerce, como também com que atuais clientes que já atuam na internet tenham prejuízos com fraudes diminuídos significativamente. E é claro: esta solução também poderá ser utilizada em outros meios, como nos pagamentos móveis ou nas tradicionais maquininhas de cartão.

Eduardo Chedid, vice-presidente de produtos da Cielo (esquerda) e Fernando Souza, diretor geral da CyberSource no Brasil

Eduardo Chedid, vice-presidente de produtos da Cielo (esquerda) e Fernando Souza, diretor geral da CyberSource no Brasil

E a pergunta que fica no ar é: como é que essa proteção é feita? A CyberSource explicou que seu sistema submete cada transação a até 260 provas de validação, simultaneamente. Um dos filtros tenta descobrir se a tentativa de compra está sendo feita a partir de um IP falso, por exemplo; outro identifica características da configuração do computador de origem e cruza estas informações com outras transações recentes; e assim se segue.

Por incrível que pareça, esta análise toda dura em média dois segundos, independente de se tratar de um pedido feito com cartão de crédito, cartão de débito, boleto bancário, etc. Após esta verificação, a transação é então aprovada (ou seja, é tida como legítima), imediatamente anulada (fraude ou outro problema) ou encaminhada para análise manual, onde uma pessoa irá avaliar o pedido para determinar sua validade.

De quebra, esta parceria permitirá que cartões internacionais emitidos em outros países sejam utilizados nas lojas on-line do Brasil, o que pode animar ainda mais os lojistas. A Cielo só não revelou os custos exigidos para tudo isso, já que os preços serão determinados de acordo com as características do negócio do cliente.

Interessante, não? E já estava mesmo na hora de alguma coisa do tipo aparecer, afinal, conforme os próprios executivos explicaram durante a apresentação, a adoção de cartões de crédito e débito com chip no Brasil está dificultando tanto a vida dos fraudadores que eles estão se vendo obrigados a “migrar de mercado”, mais precisamente, para a internet.

Emerson Alecrim

Emerson Alecrim Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001. É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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