Mais sobre a transformação da Telefônica em Vivo

Está chegando o dia: no próximo domingo (15/04/2012), a marca Telefônica deixará de existir no Brasil tal como a conhecemos para dar lugar à Vivo. A mudança será mais impactante em São Paulo, afinal, este é o estado onde a Telefônica está mais presente, mas a companhia reuniu a imprensa na manhã de hoje (12/04/2012) para deixar claro que quer aproveitar o momento para consolidar a marca Vivo em todo o país.

No cenário atual, a Vivo é uma operadora de telefonia móvel, basicamente. No entanto, ao assumir a posição da Telefônica, a companhia passará a reforçar seu nome na telefonia fixa, no acesso à internet (tanto móvel quanto fixo) e na TV por assinatura, com a missão de fazer com que estes serviços sejam referência nacional.

Carlos Valente, presidente da Telefônica | Vivo

Carlos Valente, presidente da Telefônica | Vivo

Para isso, a empresa contará com várias companhas de marketing em todo o país e promete investimentos que totalizem pelo menos 24,3 bilhões de reais no período 2011-2014 para a ampliação e modernização de sua estrutura. Não se trata de um mero capricho: com mais de 90 milhões de clientes, o Brasil é, atualmente, o principal mercado do grupo Telefônica (sim, a marca Telefônica sob o ponto de vista institucional continua existindo).

Para quem está no estado de São Paulo, não haverá grandes mudanças de imediato: veremos a marca Vivo tomando o lugar da Telefônica em orelhões, faturas, cartões telefônicos, veículos de reparo técnico e assim por diante. Os serviços serão praticamente os mesmos:

  • Linha Fixa Telefônica vira Vivo Fixo;
  • Telefônica 15 vira Vivo 15;
  • Speedy vira Vivo Speedy;
  • Telefônica TV Digital vira Vivo TV;
  • Fibra Banda Larga vira Vivo Speedy Fibra;
  • Ajato também vira Vivo Speedy;
  • TVA também vira Vivo TV;
  • TVA Fone vira Vivo Fixo Voip;
  • Fibra TV vira Vivo TV Fibra.

Haverá alguma integração entre os serviços que deixarão de ter a marca Telefônica e a atual estrutura da Vivo no que se refere ao atendimento em lojas e ao suporte ao cliente, mas na prática as operações permanecerão separadas: um cliente que utiliza telefonia fixa e TV por assinatura, por exemplo, continuará recebendo faturas distintas para cada serviço.

Isso não deve mudar tão cedo: embora eu enxergue complexidade técnica nisso, a Telefônica afirma ter realizado uma pesquisa que mostra que a maioria dos clientes prefere faturas separadas porque, em geral, estas contas possuem prazos de vencimento diferentes. Há sentido nisso: contas separadas fragmentam a noção do que é gasto por mês; uma conta com o valor total tem mais chances de “assustar” o cliente.

A fatura à esquerda será substituída pela fatura da direita (imagem por Vivo)

A fatura à esquerda será substituída pela fatura da direita (imagem por Vivo)

No que se refere aos demais estados, a Tele… digo, a Vivo não pode utilizar a estrutura cabeada de telefonia fixa, tal como acontece em São Paulo. Por este motivo, a empresa está apostando em serviços como o Vivo Box, que oferece telefonia fixa e acesso à internet, mas a partir de sua estrutura de telefonia móvel existente em território brasileiro. Atualmente, o Vivo Box está disponível em cerca de 140 cidades de 8 estados.

Ainda sob o ponto de vista nacional, Paulo Cesar Teixeira, diretor geral da Vivo, destacou a atuação da companhia no que se refere ao acesso à internet: de acordo com o executivo, as redes 3G da empresa contemplam, atualmente, mais de 2,7 mil cidades brasileiras, ou seja, trata-se da maior cobertura nacional. Se considerarmos a absorção das estruturas de ADSL e fibra óptica de São Paulo, a coisa toda se torna realmente impressionante.

De maneira geral, a nova fase da Vivo pode ser bastante positiva para nós, consumidores, afinal, a reação da concorrência pode resultar em serviços e preços mais atraentes. E eu, sinceramente, espero ver reflexos disso na qualidade dos serviços. Segundo Carlos Valente, presidente da Telefônica | Vivo, a companhia já não faz mais parte das cinco empresas mais reclamadas no PROCON-SP, apesar de sua quantidade elevada de clientes. Mas sabemos que ainda há o que ser feito em relação a este aspecto, por isso, torço para que seja daí para melhor.

Emerson Alecrim

Emerson Alecrim Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001. É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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