Internet à beira de um colapso?

Não entre em pânico... ainda!O que acontece quando o acesso à internet se torna mais barato, o uso de banda larga aumenta, o número de internautas cresce e serviços de vídeo e áudio on-line se tornam populares muito rapidamente? Segundo especialistas de algumas consultorias, entre elas, a Deloitte, a internet fica muito mais suscetível a um colapso! Como é impossível (e indesejável) impedir tais taxas de crescimento, é necessário que as companhias de infra-estrutura e telecomunicações tomem medidas preventivas rapidamente, do contrário, poderemos ter problemas com a internet ainda este ano…

Atualmente, mais de um terço do tráfego de dados na internet é oriundo de aplicações de vídeo e áudio. Só o YouTube oferece aos seus usuários mais de 40 milhões de vídeos, quantidade que pode equivaler a 200 terabytes de dados. Some tudo isso aos serviços de VoIP, às redes de compartilhamento de arquivos, às rádios on-line, aos e-mails com cada vez mais capacidade de armazenamento de dados, aos jogos on-line, aos sites de redes sociais… Já deu para perceber que o volume de dados trafegados a cada segundo na internet é realmente alto, não?

Esse cenário “ameaçador” é totalmente diferente do que se tinha no início desta década, quando muitas empresas de telecomunicações se mostraram preocupadas com a abundância de recursos não utilizados de suas redes de dados. Algumas dessas empresas investiram fortunas na estrutura dessas redes e não tiveram o retorno esperado. A partir dessa percepção, as companhias decidiram parar de investir no aumento da capacidade de suas redes, pois não faziam idéia de que o volume de dados trafegados iria aumentar tanto em tão pouco tempo.

No atual estágio, não basta apenas investir no aumento da capacidade de tráfego de dados da internet, é necessário também criar tecnologias que otimizem a distribuição dessas informações. Isso pode ser feito, por exemplo, através de protocolos de comunicação mais eficientes. Os sites que já trabalham com um grande volume de dados, como o já mencionado YouTube, têm tecnologias que otimizam o tráfego em seus próprios servidores para que estes não fiquem inoperantes, mas essa preocupação não se estende à infra-estrutura de toda a internet. A conseqüência é sentida em alguns provedores de acesso de todo o mundo que já registram gargalos em suas redes.

Ainda não há motivos para pânico. A estrutura da internet é grande por demais para passarmos pelo mesmo “terror” que passaram os usuários do BlackBerry em abril deste ano. Além disso, não é preciso ser especialista no assunto para entender que, se a internet sofrer algum tipo de colapso, muitas instituições terão prejuízos enormes, tal como se por elas tivesse passado um “tsunami virtual”. Por essa razão, as empresas e entidades envolvidas já estão discutindo formas de lidar com o problema. Só espero que essa questão não vire desculpa para os provedores criarem quotas de acesso ainda mais limitadas ou bloquearem serviços, como as redes de compartilhamento de arquivos, por exemplo.

Referência: IBL News.

Emerson Alecrim

Emerson Alecrim Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001. É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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