Funcionário do Google propõe código “451” para identificar sites censurados

Você certamente já se deparou com o código HTTP 404 ao tentar acessar uma página que não existe mais ou com o status 503 ao entrar em um site cujo servidor enfrenta sobrecarga. Há, na verdade, uma lista grande de códigos HTTP, para os mais diversos fins. Recentemente, surgiu uma proposta para mais um: o status 451, para sites censurados.

A ideia foi dada por Tim Bray, co-criador da linguagem XML e, atualmente, um importante desenvolvedor do Google para a plataforma Android. A sugestão é a de que, quando uma pessoa tentar acessar um endereço censurado, um aviso opcional com os dizeres “451 – Unavailable for Legal Reasons (451 – Indisponível por Motivos Legais)” seja exibido para deixar evidente o motivo do bloqueio.

O Google conhece bem a situação, já que, em alguns países – com destaque para a China -, se vê obrigado pelas autoridades a filtrar determinados resultados de busca devido, principalmente, a motivações políticas. Como se não bastasse, a companhia também recebe ordens judiciais de várias nações para, por exemplo, impedir a aparição em suas buscas de sites supostamente ligados à pirataria. A ideia pode ter surgido a partir daí.

Atualmente, o status 403 é o mais utilizado para indicar sites bloqueados. Foi este código que determinados provedores do Reino Unido, por exemplo, utilizaram quando receberam a ordem de impedir o acesso ao site do The Pirate Bay. O problema é que o status 403 não é necessariamente preciso para este fim, uma vez que indica que o servidor recebeu e recusou uma solicitação de acesso, mas sem explicar o motivo. Além disso, normalmente o servidor sequer recebe a ordem, já que o bloqueio é feito na tentativa de acesso.

Não há certeza sobre o porquê da escolha do número 451 para o código, mas tudo indica que se trata de uma referência ao livro Fahrenheit 451, do escritor Ray Bradbury, que faleceu na semana passada. A obra conta a história de uma sociedade que combate atividades intelectuais onde, por consequência, os livros estão proibidos, fazendo com que os bombeiros se dediquem à eliminação das publicações ainda existentes.

É válido frisar, no entanto, que não há nada indicando que a sugestão de Tim Bray será oficialmente adotada. Pelo menos por enquanto, trata-se apenas de uma ideia. Uma ideia com uma pitada de protesto, imagino.

Referência: ZDNet.

Emerson Alecrim

Emerson Alecrim Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001. É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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