AMD anuncia APUs Trinity no Brasil e revela intenção de aumentar sua atuação no país

O potencial econômico brasileiro tem feito do nosso país um mercado importantíssimo para várias empresas. Para a AMD não é diferente: nos últimos meses, a companhia passou a ter presença mais ativa em terras tupiniquins, se relacionamento melhor com canais de venda e consumidores, além de estar dando maior atenção ao lançamento de produtos. Prova recente disso vem do lançamento das novas APUs Trinity (linha A-Series) no Brasil.

Ronaldo Miranda, gerente-geral da AMD Brasil, durante a coletiva

Ronaldo Miranda, gerente-geral da AMD Brasil, durante a coletiva

Chips Trinity

Para quem não sabe, APU é a sigla para Accelerated Processing Unit. O nome faz referência aos chips que integram não só as funções de CPU como também de GPU. A família Trinity foi anunciada no mês passado nos Estados Unidos e corresponde à segunda geração de APUs da AMD. Trata-se da aposta da companhia para brigar com os processadores Ivy Brigde, da rival Intel.

Embora também contemplem os desktops, os chips Trinity foram desenvolvidos especialmente para atender ao mercado móvel, mais precisamente, notebooks, “ultrafinos” (a AMD não usa o termo “ultrabook” por este ser um nome comercial da Intel) e até mesmo tablets. Decisão sensata, afinal, todo mundo sabe que os dispositivos portáteis são a bola da vez.

Melhor eficiência energética

Para se destacar no mercado, as APUs Trinity oferecem vários diferenciais, de acordo com a AMD. Um deles diz respeito à duração das baterias. Estas podem ter autonomia de até 12 horas graças à melhor eficiência do consumo de energia dos chips. As APUs dual core voltadas aos ultrafinos, por exemplo, trabalham com 17 W; os chips quad core exigem 25 W.

Mas vale frisar que é necessário tomar cuidado com este aspecto, já que a duração da bateria depende de uma série de parâmetros, não só do consumo do processador.

Desempenho

Chip Trinity - Imagem por AMDAs APUs Trinity conseguem ter desempenho até 29% maior em comparação à geração anterior. Em parte, isso se deve aos melhoramentos aplicados à tecnologia Turbo Core, que faz com que, conforme a necessidade e a disponibilidade, determinadas tarefas de processamento sejam repassadas da CPU pra a GPU – sim, esta última não é utilizada exclusivamente para processamento gráfico. A combinação destes recursos pode fazer com que a frequência do chip como um todo chegue a 3,2 GHz.

Capacidade gráfica

O processamento gráfico é outro ponto forte da família Trinity. Segundo a AMD, estes chips podem ter desempenho até 56% maior que os processadores da primeira geração, graças ao uso das GPU Radeon HD 7000 Series. Além do potencial de processamento, estes chips são acompanhados de algumas funcionalidades bastante interessantes.

A já conhecida tecnologia Steady Video, por exemplo, consegue diminuir consideravelmente a “tremedeira” dos vídeos amadores publicados em sites como o YouTube. A tecnologia Quick Stream, por sua vez, otimiza aplicações de streaming, ajudando a evitar “congelamentos” na transmissão de vídeos.

A AMD também destacou que muitos desenvolvedores trataram de aproveitar os recursos de aceleração gráfica das APUs para melhorar a execução de seus softwares. Entre os programas que fazem parte deste grupo estão o Adobe Photoshop CS6, o VLC Media Player e até mesmo o compactador/descompactador de arquivos WinZip (lembra que eu falei que os recursos da GPU não precisam ser usados apenas para processamento gráfico?).

A AMD no Brasil

Durante a coletiva, a AMD afirmou ter dobrado a sua participação no mercado brasileiro no último ano, tomando como base dados do instituto de pesquisas GFK, que também revelaram que, apenas no mês de abril de 2012, 27% dos notebooks comercializados no varejo brasileiro continham chips da companhia. Mas a AMD quer mais.

Para isso, uma das decisões da empresa é a de continuar mantendo contato mais direto com fabricantes, revendedores e usuários finais, a exemplo do que foi mencionado no início do texto. Uma ação que exemplifica claramente esta intenção foi a abertura de um “centro de experiência” na região da Santa Ifigênia, no centro da capital paulista.

AMD Experience Point, na Santa Ifigênia

AMD Experience Point, na Santa Ifigênia

Iniciativas como esta não são mero capricho: a empresa sabe que os meios corporativos e governamentais são importante para as vendas, por isso, está procurando se relacionar também com estes segmentos; por outro lado, a companhia constatou que, no mercado brasileiro, 75% dos PCs produzidos atendem aos usuários domésticos, daí a necessidade de dar mais atenção a esta categoria.

Os resultados que a AMD obteve nos últimos meses indicam que este é o caminho a ser seguido, tanto que o cenário como um todo lhe serviu como uma injeção de confiança: a meta da empresa é a de ver seu faturamento aumentar em pelo menos 70% no Brasil até 2014. Será que consegue?

Emerson Alecrim

Emerson Alecrim Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001. É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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