O que a Seagate fará se a era dos HDs chegar ao fim?

Se comparados a outros dispositivos de um computador, os discos rígidos (HDs) são grandes e pesados. Até mesmo os modelos de dimensões reduzidas podem ser considerados “pequenos trambolhos”. Por outro lado, os HDs se apresentam como um dos dispositivos com melhor relação custo-benefício ao usuário, afinal, com o passar do tempo, armazenam cada vez mais dados, sem, no entanto, aumentar o seu preço. Hoje, é possível encontro discos rígidos de 500 GB pelo preço que se pagaria por um HD de 80 GB em um passado não muito distante.

HD gigante do Metrô de São PauloApesar disso, já é possível encontrar algumas discretas evidências que indicam que a era dos HDs pode estar chegando ao fim. É claro que, se esse final estiver mesmo para acontecer, não será dramático e não ocorrerá da noite para o dia. Pelo contrário, será um processo longo e demorado, tal como o é o da troca dos monitores CRT por monitores LCD. Bom, se é para ser assim, que tecnologia tem chances de tomar o lugar do disco rígido? Uma que atende pela sigla SSD, de Solid State Disk.

SSDs são dispositivos que, em geral, utilizam chips de memória Flash ao invés de discos magnéticos para armazenar dados. É, basicamente, o mesmo tipo de tecnologia utilizado em cartões de memória ou em MP3-players, por exemplo. Por não contarem com partes móveis, terem tamanho reduzido, consumirem menos energia e serem silenciosos, os dispositivos SSDs estão se tornando cada vez mais comuns, sendo até possível encontrá-los em alguns modelos de laptops, como uma versão do MacBook Air e a linha de sub-notebooks Asus Eee PC.

O problema é que os dispositivos SSDs ainda não podem ser tão generosos em sua capacidade de armazenamento da mesma forma que os tradicionais HDs são atualmente. Isso se deve, principalmente, ao fato das memórias Flash serem absurdamente caras. Assim, ou o usuário compra um dispositivo com SSD, mas com baixa capacidade de armazenamento ou escolhe um produto similar, mas generoso em seus gigabytes por contar com discos rígidos.

A segunda opção, naturalmente, tem sido a escolha mais comum, e tal situação garantirá ao HD o seu reinado por um longo tempo. Por outro lado, os principais nomes por trás das tecnologias SSD – entre eles, Intel, Samsung e SanDisk – podem iniciar uma verdadeira guerra de preços. A Seagate, maior fabricante de HDs do mundo, sabe disso e já está fazendo planos para as batalhas. Não, não, a reação não virá de seus laboratórios de pesquisa, mas de seu departamento jurídico: conforme consta nessa matéria do blog Big Tech, da CNN, Bill Watkins, CEO da Seagate, anunciou que a empresa pensa em processar os fabricantes de produtos SSD, caso esse tipo de dispositivo se torne popular. A acusação a ser feita é a de que essas companhias estão infringindo patentes da Seagate que estabelecem como dispositivos de armazenamento se comunicam com os demais componentes de um computador.

Convenhamos, se isso ocorrer, será uma atitude para lá de desesperada, não? A Seagate pode até levar algum dinheiro com isso (coisa que eu duvido), mas nada que compense o que ela deixará de ganhar se os HDs se tornarem coisa do passado. Alguém precisa avisar Bill Watkins de que ele deve agir de outra forma, fazendo sua empresa atuar em outros segmentos ou até mesmo fabricar dispositivos SSD, por que não? É aquela velha história: se não pode vencê-los, junte-se a eles…

Referência: Big Tech CNN.

Emerson Alecrim

Emerson Alecrim Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001. É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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