Mini-review: apresentando o Ubuntu One!

Não se engane: apesar do nome, o Ubuntu One não é um sistema operacional, mas sim um serviço on-line de armazenamento e sincronização de arquivos criado pela Canonical, conforme antecipei aqui. Para rodá-lo, o usuário precisa ter o Ubuntu em sua máquina (9.04 ou versões futuras), mas é possível acessar (de maneira limitada, diga-se) o conteúdo armazenado no serviço de qualquer navegador, independente de sistema operacional.

O Ubuntu oferece, pelo menos inicialmente, dois planos: um gratuito com 2 GB para armazenamento de arquivos, e outro com 10 GB, mas que custa 10 dólares por mês. No momento, para ter acesso ao serviço, é necessário solicitar um convite nesta página, que também avisa que o usuário terá que criar uma conta no Launchpad, caso ainda não tenha uma.

Uma vez que o usuário tenha recebido e confirmado o seu convite, deverá instalar o cliente do Ubuntu One em sua página. A instalação é fácil, pois requer apenas alguns cliques e é descrita com detalhes aqui. Com o programa já instalado, o conteúdo do usuário no Ubuntu One fica disponível como se fosse uma pasta local, isto é, armazenada em seu próprio computador:

Pasta do Ubuntu One no computador
Pasta do Ubuntu One no computador do usuário

Pasta do Ubuntu One no computador
Pasta do Ubuntu One no computador do usuário

Também é possível acessar a pasta do Ubuntu One através do ícone do serviço que fica ao lado do relógio:

Botão do Ubuntu One ao lado do relógio
Botão do Ubuntu One ao lado do relógio

A partir daí a coisa fica trivial: vá à pasta do Ubuntu One, clique em My Files e arraste arquivos, crie diretórios, enfim, faça o que quiser, como se esse conteúdo estivesse apenas em seu computador. Como este também é um serviço de sincronização, se você tiver adicionado sua conta em outra máquina que também tenha Ubuntu, seus arquivos também aparecerão lá, já que cada computador trabalhará como se compartilhasse a sua pasta no Ubuntu One.

Falando em compartilhamento, você também pode compartilhar conteúdo com outros usuários. Fazer isso é bem fácil: clique com o botão direito do mouse no ícone do Ubuntu One ao lado do relógio e escolha Go To Web (ou vá direto para ubuntuone.com). O serviço mostrará o conteúdo da sua conta. Em Folders & Shares, selecione a pasta que deseja compartilhar e, no lado direito da página, clique em Sharing. Informe o e-mail da pessoa com a qual você compartilhará o arquivo, dê um nome ao compartilhamento (se quiser) e marque a opção Read Only se quiser que o outro usuário tenha apenas permissão de leitura desse conteúdo.

Aliás, a interface Web do Ubuntu One até que é interessante, porém é simples. Ela é capaz de mostrar detalhes de cada um de seus arquivos, como data de modificação, tamanho e até um preview, se o conteúdo for imagem. A página também permite que você faça upload e downloads de arquivos e… só. Seria interessante se tivesse documentos de ajuda detalhados (orientando o usuário a se conectar ao serviço através de proxy, por exemplo), se exibisse informações das máquinas onde o usuário instalou o cliente (dizendo, por exemplo, qual está on-line e qual está off-line), enfim.

Interface Web do Ubuntu One
Interface Web do Ubuntu One (Firefox no Windows)

A transferência de arquivos do computador para o Ubuntu One não faz feio. Um arquivo de 3 MB levou cerca de 1 minuto e 20 segundos para ser transferido. Se levarmos em conta que minha conexão tem taxa de upload de 300 Kbps (cerca de 37 KB por segundo), é um valor muito bom!

Pesquisando em fóruns para conhecer a opinião de quem já testou o serviço, encontrei uma preocupação que rende uma longa discussão: o código-fonte do programa cliente do Ubuntu One é aberto, mas o sistema em si, no servidor, é fechado. Há quem torça o nariz ao saber disso, ao mesmo tempo em que há quem defenda a Canonical dizendo que o importante é que um bom serviço seja prestado. Quer saber? Eu faço parte do último grupo.

Mas, voltando às funcionalidades do serviço em si, que é o que interessa, acredito que é um erro não ser possível a instalação do Ubuntu One nas versões anteriores ao Ubuntu 9.04. Podia ao menos haver compatibilidade com as versões 8.xx. Aliás, seria muito interessante se houvesse integração com outras plataformas, tal como acontece com o Dropbox. Esse recurso poderia ser oferecido, por exemplo, na versão paga, cujo único diferencial é a espaço de 10 GB, na minha opinião, quantidade baixa demais para quem paga 10 dólares por mês. Pelo menos é possível enviar e baixar arquivos através da interface Web, o que já ajuda bastante.

O Ubuntu One é um serviço recém-criado, está em fase beta, portanto, ainda pode melhorar bastante em termos de recursos. E eu torço para isso, do contrário, não haverá vantagem em utilizá-lo diante de alternativas mais interessantes, como o Dropbox e o Live Mesh (este último da Microsoft, que eu uso e acho muito bom). A Canonical me parece ser o tipo do empresa cujo lema é “se é para fazer, vamos fazer bem feito”. Vamos ver se com o Ubuntu One será assim 😉

Emerson Alecrim

Emerson Alecrim Autor: Emerson Alecrim
Graduado em ciência da computação, tem experiência profissional em TI e produz conteúdo sobre tecnologia desde 2001. É especializado em temas como hardware, sistema operacionais, dispositivos móveis, internet e negócios.
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